“Na
literatura científica, só há quatro casos descritos na Índia de miosite após
chicungunha”, diz Lúcia Brito (Guga Matos/JC Imagem)
Os resultados dos exames da paciente Daniele Santana, 17 anos, que
faleceu no último dia 6 de janeiro no Hospital da Restauração (HR), área
central do Recife, mostram que a jovem, uma índia xucuru de Pesqueira, cidade
do Agreste de Pernambuco, teve uma infecção por chicungunha, que evoluiu para
miosite (síndrome neurológica caracterizada por inflamação nos músculos, que
causa fraqueza muscular), infecção respiratória e generalizada. “É a primeira
morte em investigação em Pernambuco por chicungunha. Antes de confirmar,
precisamos investigar o prontuário e revisar os exames que a paciente fez. É um
procedimento de rotina da vigilância”, informa o epidemiologista George Dimech,
diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da Secretaria Estadual de Saúde
(SES).
No Brasil, já foram confirmadas três mortes por
chicungunha, sendo duas na Bahia e uma em Sergipe. As três vítimas
eram idosas (85, 83 e 75 anos) e apresentavam histórico de doenças crônicas.
A miosite após uma infecção por chicungunha é um quadro bastante raro.
“Na literatura científica, só há quatro casos descritos na Índia”, diz a
neurologista Lúcia Brito, chefe do Setor de Neurologia do HR. Os sintomas da
miosite são semelhantes aos síndrome de Guillain-Barré, que tem sido associada
à infecção pelo vírus zika. A diferença é que a miosite não causa inflamação
nos nervos, como acontece com Guillain-Barré.
Em abril do ano passado, Lúcia iniciou uma pesquisa com os pacientes que
foram atendidos no HR com complicações neurológicas. Ao todo, foram 150.
“Conseguimos fazer a revisão de 99 protuários. Desses, 55 tiveram Guillain-Barré, sendo quatro após infecção por zika e quatro por dengue.
Entre eles, nove morreram”, diz a neurologista.
Fonte: JC Online
Postar um comentário
Blog do Paixão