Três fontes foram responsáveis por repassar parte do valor total para aquisição do Cessna Citation
Da Redação do Folha de
Pernambuco
Rede foi armada para aquisição da aeronave que acabou vitimando
ex-governador
Relatório de inteligência financeira da Polícia Federal, ao qual
a Folha de Pernambuco teve acesso, revela a formação de um
“consórcio” para aquisição do Cessna Citation 560 XL, , que transportou o
ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial de 2014. Uma
verdadeira “rede” foi armada para aquisição da aeronave.
O esquema teria utilizado três fontes para pagar parte do
jatinho que pertencia à AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda, que
repassaram, no total, 935.297,03 mil. Entre elas a Ele Leite Negócios Imobiliários
e a Geovane Pescados. Com a morte de Eduardo, o valor total do jatinho nunca
foi pago.
Mas o esquema de lavagem de dinheiro e crime eleitoral foi muito além. Ao menos 30 pessoas físicas e 40 pessoas jurídicas estariam envolvidas no levantamento da PF que não se limitou apenas à aquisição do jatinho. Os investigadores da Operação Turbulência mapearam uma rede de empresas de fachada utilizadas para lavar dinheiro proveniente de obras públicas para campanhas políticas. De acordo com o inquérito, a empresa Geovane Pescados, apesar do capital social de R$ 80 mil, teria participado de movimentações financeiras de R$ 20.982.832,00, no período de 1º de janeiro de 2014 a 27 de agosto do mesmo ano, espaço de tempo que coincide com o período eleitoral.
Os valores, segundo o documento, são “incompatíveis com a capacidade financeira” da firma. Além disso, a PF, no inquérito, não deixa dúvidas que a empresa seria de fachada. A reportagem da Folha de Pernambuco foi ao local e constatou que o endereço é residencial e fica numa favela, na Imbiribeira.
Mas o esquema de lavagem de dinheiro e crime eleitoral foi muito além. Ao menos 30 pessoas físicas e 40 pessoas jurídicas estariam envolvidas no levantamento da PF que não se limitou apenas à aquisição do jatinho. Os investigadores da Operação Turbulência mapearam uma rede de empresas de fachada utilizadas para lavar dinheiro proveniente de obras públicas para campanhas políticas. De acordo com o inquérito, a empresa Geovane Pescados, apesar do capital social de R$ 80 mil, teria participado de movimentações financeiras de R$ 20.982.832,00, no período de 1º de janeiro de 2014 a 27 de agosto do mesmo ano, espaço de tempo que coincide com o período eleitoral.
Os valores, segundo o documento, são “incompatíveis com a capacidade financeira” da firma. Além disso, a PF, no inquérito, não deixa dúvidas que a empresa seria de fachada. A reportagem da Folha de Pernambuco foi ao local e constatou que o endereço é residencial e fica numa favela, na Imbiribeira.
Entre os repasses recebidos pela Geovane Pescados, R$
1.297.000,00 foram da Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem
Ltda; R$ 1.041.134,83 da Negocial Factoring Fomento Comercial Ltda, R$
655.455,55 da Almeida & Dale Galeria de Arte Ltda e R$ 500.000,00 da
Smartcred Securitizadora de Créditos S/A, entre outros.
Segundo o inquérito, a Geovane Pescados também foi responsável por repasse de R$ 12.500,00 à conta da AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda., a então proprietária do avião usado por Campos. Outros repasses da empresa foram feitos para Câmara & Vasconcelos (R$ 165.000,00), Vasconcelos & Câmara (R$ 165.000,00), JVAS Comércio de Cosméticos Eireli (R$ 457.600,00), Prisma Tubos Industriais e Comércios Ltda. (R$ 340.638,28), AR Transporte Comércio e Locação Ltda. (R$ 254.400,00) e Ponto Extra Alimentos Ltda. (R$ 120.000,00).
Câmara & Vasconcelos
A Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda, que era do empresário Paulo César de Barros Morato - que morreu na semana passada e que é considerado o “testa de ferro” do esquema - recebeu R$ 18.858.978,16 da Construtora OAS Ltda, no mesmo período de 1º de janeiro a 27 de agosto de 2014. Dois dias depois, dois saques no valor de R$ 2.000.000,00 e R$ 2.076.502,88 foram considerados suspeitos pela PF.
O primeiro repasse teria sido, segundo o documento, referente à locação de máquinas e equipamento utilizados nas obras da Transposição do Rio São Francisco e a pagamento de funcionários. A obra foi alvo da Operação Vidas Secas, que apurou desvio de pagamento de propina.
Em agosto de 2015, a empresa mudou a razão social para Morato Locação e Terraplanagem, empresa individual, com capital social de R$ 600 mil, que tinha como único sócio responsável o próprio Morato. No mesmo mês, a Receita Federal decretou suspensão da empresa por falta de pluralidade de sócios. Ainda em 2015, outra empresa de Morato, a Lagoa Indústria e Comércio Ltda., aberta em 2005, foi suspensa pela Receita Federal pelo mesmo motivo.
Além disso, no documento, consta, inclusive, que os proprietários da Vasconcelos & Câmara Ltda., também citada no inquérito, já foram sócios da Câmara & Vasconcelos no período de 2007 a 2009. Contudo, a PF detectou repasses da Vasconcelos & Câmara à Câmara & Vasconcelos no montante de R$ 114.500,00 entre janeiro e agosto de 2014. A reportagem da Folha tentou contato com a Vasconcelos & Câmara, sem sucesso.
Segundo o inquérito, a Geovane Pescados também foi responsável por repasse de R$ 12.500,00 à conta da AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda., a então proprietária do avião usado por Campos. Outros repasses da empresa foram feitos para Câmara & Vasconcelos (R$ 165.000,00), Vasconcelos & Câmara (R$ 165.000,00), JVAS Comércio de Cosméticos Eireli (R$ 457.600,00), Prisma Tubos Industriais e Comércios Ltda. (R$ 340.638,28), AR Transporte Comércio e Locação Ltda. (R$ 254.400,00) e Ponto Extra Alimentos Ltda. (R$ 120.000,00).
Câmara & Vasconcelos
A Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda, que era do empresário Paulo César de Barros Morato - que morreu na semana passada e que é considerado o “testa de ferro” do esquema - recebeu R$ 18.858.978,16 da Construtora OAS Ltda, no mesmo período de 1º de janeiro a 27 de agosto de 2014. Dois dias depois, dois saques no valor de R$ 2.000.000,00 e R$ 2.076.502,88 foram considerados suspeitos pela PF.
O primeiro repasse teria sido, segundo o documento, referente à locação de máquinas e equipamento utilizados nas obras da Transposição do Rio São Francisco e a pagamento de funcionários. A obra foi alvo da Operação Vidas Secas, que apurou desvio de pagamento de propina.
Em agosto de 2015, a empresa mudou a razão social para Morato Locação e Terraplanagem, empresa individual, com capital social de R$ 600 mil, que tinha como único sócio responsável o próprio Morato. No mesmo mês, a Receita Federal decretou suspensão da empresa por falta de pluralidade de sócios. Ainda em 2015, outra empresa de Morato, a Lagoa Indústria e Comércio Ltda., aberta em 2005, foi suspensa pela Receita Federal pelo mesmo motivo.
Além disso, no documento, consta, inclusive, que os proprietários da Vasconcelos & Câmara Ltda., também citada no inquérito, já foram sócios da Câmara & Vasconcelos no período de 2007 a 2009. Contudo, a PF detectou repasses da Vasconcelos & Câmara à Câmara & Vasconcelos no montante de R$ 114.500,00 entre janeiro e agosto de 2014. A reportagem da Folha tentou contato com a Vasconcelos & Câmara, sem sucesso.
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