sábado, julho 30, 2016

Procurador cogita que pressão psicológica levou Morato a se suicidar

A declaração consta nos autos do julgamento de habeas corpus de um dos réus da Operação Turbulência

Em declaração que consta nos autos do julgamento de habeas corpus de um dos réus da Operação Turbulência, o Procurador Regional da Repúblca, Francisco Alves dos Santos Neto, levantou a hipótese de que a pressão psicológica poderia ter levado o testa de ferro do esquema desvendado pela Polícia Federal, Paulo César de Barros Morato, ao suicídio. A informação está contida nos autos do processo, datado do dia 04 de julho, e disponível no site do Ministério Público Federal (MPF). Confira a íntegra do parecer no site do Ministério Público Federal.

O Procurador teria declarado que haveria por parte de um dos réus "fortes indícios do poder de intimidação perante possíveis testemunhas e até mesmo entre os próprios integrantes do grupo criminoso". Em outro trecho, ele diz que o investigado "usa desse poder para pressionar os demais envolvidos ou até mesmo execer influências sobre os indivíduos utilizados como laranjas".
Essas declarações foram utilizadas pelo Procurador a pedir a manutenção da prisão de um dos réus, durante o julgamento do habeas corpus. "A prisão é necessária para assegurar a prova processual contra a ação do criminoso, que pode fazer desaparecer as provas do crime, apagando vestígios, subordinando, aliciando ou ameaçando testemunhas". A declaração do Procurador teria sido concedida com base nos primeiros informes policiais, conforme ele citou no processo.
Questionado pela reportagem da Folha de Pernambuco, o Procurador da República em Pernambuco, Cláudio Henrique Dias, um dos responsáveis por coordenar as investigações da Operação Turbulência, informou não ter conhecimento das declarações contidas no processo.
Paulo Cesar Morato foi encontrado morto no dia 22 de junho, dentro do quarto de um motel, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. O inquérito que investiga a morte dele está a cargo do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). No dia 22 de julho, um mês após a morte de Morato, a Secretaria de Defesa Social (SDS), por meio da Polícia Civil, informou que só vai falar sobre o caso quando tudo estiver concluído”. A Polícia Civil informou, ainda, que não há prazo para a conclusão das investigações.

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