Eu sempre estou em conversas com os jovens adolescentes, e sinto uma distância enorme de um país que pensa em um dia virar primeiro mundo. As conversas que ás vezes tentamos intermediar, são estarrecedoras e nos tornam distantes das mentes pensantes e idealizadoras de países que evoluíram com a ajuda de sua juventude.
Eles acham normal vender o voto, votar em candidatos sem propostas, mas que tem poderio econômico e gasta fortunas em campanhas, acham normal distribuir cestas básicas em período eleitoral e ainda por cima servem de militantes para essas atividades ilícitas e acreditam que tudo isso além de justo é o correto, que o país, o estado e o município se danem, pois eles elegeram o candidato do seu partido e isso é o mais importante.
Onde vamos parar? O jeitinho brasileiro virou rotina para aqueles que tiram a habilitação mesmo sem ter conseguido superar o obstáculo da baliza, para os que estacionam errado na zona azul, para quem paga propina ao guarda federal e consegue atravessar o país com carga irregular, enfim, se for colocar todos as práticas ilícitas praticadas por nós brasileiros, nos tornaremos enfadonhos.
Nos Estados Unidos o povo vai a convenção dos partidos (que são apenas dois: Republicano e Democrata - e corrijam se estiver equivocado) aplaudir o candidato que tem propostas e se ele apresentar com clareza e com respaldo que realmente tudo pode sair da conversa e ir para a realidade, sobe automaticamente nas pesquisas. Aqui é diferente. E o jovem que está despreparado politicamente, além dos aplausos para os mentirosos, ainda se pinta com as cores do partido (do candidato) não conhece os partidos que são muitos, e cria um lugar mais atrativo e fértil para os políticos oportunistas.
O papo com os jovens não é nada atratível, gostam de música que tem sentido pejorativo, gostam de políticos improbos (até o chama de espertos), adoram a farra "política" e discutem temas que jamais farão parte das nossas atividades sociais. Evidente que não estou generalizando, cada regra tem sua exceção, mas a maioria não tem interesses em construir um país do futuro.
Daqui a dois anos, especificamente em 2014, teremos eleições para presidente da República, e traremos para a discussão temas como: mensalão, precatórios e outros que a cada dia abala as estruturas já fragilizadas das nossas instituições e seria importante a participação do jovem para discutir e entender o que os políticos fazem a cada dia para empobrecer esta nação.
Essa semana um vereador falou que já estava trabalhando em prol do povo, que marcaria quatro consultas para os eleitores que conseguiram lhe ajudar com os votos. Entende-se que cada um terá uma cota para fazer assistencialismo, e que o usuário do SUS - Sistema Único de Saúde - se caso viesse agendar as consultas, seria mais difícil. E esse relato do tal legislador que antes de assumir a cadeira na Câmara Municipal, já faz uma prática costumeira no país, tem todas as chances de crescer, porque aos olhos da população ele ajuda os pobres e consegue "benefícios" que eles jamais conseguiriam por conta própria, sem entender é claro que ele feriu regras institucionais, digo, os preceitos do SUS, o programa nacional do qual todos os brasileiros tem o direito e deve ser assistido.
Dar-lhe País do Futuro, que as suas engrenagens sofram oxidação para que os políticos cara-de-pau faça dele um lugar melhor para eles viverem.
Blog do Paixão