Recorri ao meu amigo poeta Geonaldes Pepêta para se debruçar um pouco sobre a História do Famoso “Barracão de Zeca” – e ao parceiro Pedro Jordão, que colaborou com as fotos.
É que assim como o Famoso “Bar Araripe” – ali na Rua Joaquim Alexandre Arraes, era frequentado pelos boêmios inveterados (uma classe mais abastadas da sociedade araripinense) o “Barracão do Zeca” era ponto da galera que gostava de um aperitivo – uma “cachacinha” - mais forte, apreciado em copo americano e o velho tira-gosto que juntava uma turma boa todos os dias ali na Rua Coronel Pedro Cícero. Não faltava uma “brahma gelada”, um papo descontraído, risadas e com certeza uma boa piada, porque a presença de Geonaldes e do seu irmão, o saudoso Gerinaldes, não podia faltar umas “tiradas de onda”, que certamente adentrava a noite com direito também aos momentos dos gaiatos que ficavam à espreita aguardando o primeiro que tombasse para que os risos e as farras tornassem cada encontro naquele barracão, mais animado e especial.
O “Barracão de Zeca”, apesar de ficar na Rua Coronel Pedro Cícero, tinha uma identidade natural com a Rua São Francisco. Ali morava uma galera que frequentava o barracão, e que me lembro bem, como Geonaldes, Gerinaldes, Pedro Jordão, Elenilson, Jaelson Pereira, Branco e toda uma gente boa que o poeta em seus versos já nos apresenta e o próprio proprietário do Barracão, Zeca, vascaíno por natureza, que tinha essa peculiaridade inerente a um ambiente que hoje, com reminiscências lembramos com muita saudade.
Uma tarde no Barracão do ZecaQuando viajo ao passadoMinha memória se avivaPercorro becos e ruasCom minha alma ativaPor entre minhas andançasVou voando nas lembrançasFeito pássaro, patativa
E, certo dia pouseiDiante da atraçãoNão é que lá tinha um reiBebendo no barracãoBar, barraco, bodegaLá estava o rei do bregaNão deu outra, me sentei
Por lá, velhos amigosGivanildo, Branco e ZécaO seu pai, José LuisMagro igual uma panquecaJunho e Zé GordinhoDiogenes, Chico e BelinhoPepeta, Káca e Careca
E o cantor consumidorRasgava a voz na purezaO fã, assistia a tudoEnvolto pela belezaOsvaldo Bezerra cantavaAs pipas, compartilhavaEm clima de pura leveza
Tempos áureos do passadoQue somente na lembrançaLá no Barracão do ZécaDe lembrar, nunca me cansaÉ que nossa AraripinaGuarda em cada esquinaUm punhado de lembrança
Geonaldes Gomes
=Pepeta do Cordel=
Colaborador: Pedro Jordão
Blog do Paixão