De dois em dois anos temos o poder em nossas mãos. Ora votamos em vereadores, deputados e governadores, ora em presidente e senadores. Época em que somos bajulados, carregados nos braços. Época em que os postulantes aos cargos públicos “esquecem” seus celulares em casa (irá usá-los indiscriminadamente quando forem eleitos), apertam nossas mãos e nos abraçam como se fôssemos membros da família. Para alguns candidatos o cheiro de gente já é bem familiar (mesmo que não goste) e para outros será necessária uma força hercúlea e muita abnegação para que não se sinta enojado(a) ao abraçar um trabalhador rural; que não vomite ao sentir o hálito de uma pessoa humilde, pessoa essa que não encontra tratamento num posto de saúde porque não tem dentista; pegar uma criança desnutrida no colo e dar-lhe um afago.
Abraçar apenas “distintas senhoras”, aquelas homenageadas em outdoors; fechar um clube e convidar a alta sociedade Araripeana para o chá das cinco, não renderá muitos votos para aqueles que querem representar o Araripe.
Existirá uma disputa desigual. O principal meio de comunicação, o rádio, imposta pela ditadura da atual administração, como todos já sabem, já elegeu a sua candidata. Será a “queridinha do palácio do governo para deputada estadual” (antes federal). Isto é mais do que evidente: é só olhar os blogs de Araripina e vê-la frequentemente aos sorrisos com o Sr. Eduardo Campos. O seu papel, caso eleita, será apenas decorativo. Servirá apenas para formar maioria e tentar livrar o seu Eduardo de alguma denúncia grave. As denúncias já estão aparecendo. Por enquanto vemos apenas a ponta do iceberg.
Os demais candidatos, sejam quantos forem, terão apenas os blogs e poupança própria para alimentar uma esperança de ser “ungido” pelo povo. Qualquer que seja o “ungido” esperamos que ele não traga falsas esperanças para a cidade, que não prometa coisas que não possa cumprir, ou seja: UPA 24 horas (que não veio), UTI (que não veio), Centro de Hemodiálise (que não veio), Transnordestina (que ninguém mais discute), Adutora (cadê?).
Prometa coisas simples e plausíveis: remédios nos postos (que não tem), dentistas para atender a população pobre (que não tem), que exija que a administração pague os motoristas escolares em dia, que exija que administração reforme as escolas e não deixe o teto cair sobre a cabeça de nossas crianças (abrindo um parêntese, o teto do refeitório da escola Nossa Senhora da Conceição, que fica na Vila Santa Maria, desabou), que exija a nomeação dos concursados, que exija transparência nas contas públicas.
Como será Araripina depois de abril tendo como governador do estado o Sr. João Lyra? Como vão se portar os postulantes ao cargo de deputado? As portas estarão abertas para um cafezinho e solicitação de mais verbas para o município? E se acontecer uma “caça às bruxas”? Com certeza, as supostas benesses (que nunca vimos a cor do dinheiro) dadas à cidade pelo Sr. Eduardo ficarão minguadas e farta munição terá os candidatos para pisotear a administração exemplar (sic) do atual gestor, respingando na primeira dama.
O Araripe (e todo o Brasil) está carente de representantes honestos. O político honesto precisa ser 100% transparente, cujos atos sejam completamente explícitos e conectados com a realidade do seu povo. Muitos aventureiros, políticos profissionais, que não vivem a realidade do Araripe se juntarão aos políticos locais e como se fossem velhos conhecidos se apresentarão como única opção para todos os problemas da região. Certamente saberemos separar o joio do trigo.
De São Paulo