O que é preciso fazer para humanizar o atendimento Hospitalar emergencial em Araripina?
O que o Gestor Municipal (prefeito) pode fazer para ajudar a minimizar a situação dos problemas de plantões médicos que não atendem a demanda e deixa muita a desejar?
E o Conselho Municipal de Saúde, o que pode deliberar nesse sentido?
E os Conselhos Comunitário de Saúde (se existe) e o Conselho Gestor da Unidade Hospitalar o que podem fazer para que juntos achemos uma solução para a situação caótica da nossa saúde pública?
E os vereadores, o nosso deputado estadual, os Federais que vem aqui só em busca de votos, o governador, e todos os políticos que se dizem influentes, porque nunca fizeram e nem movem uma palha para resolver a situação da saúde em Araripina?
Por enquanto a dedicação tem sido na prestação da Saúde Curativa (que dar votos).
Em um diálogo franco e aberto com três profissionais médicos (inclusive com um deles enquanto fazia uma consulta médica), tratávamos justamente do momento crítico da saúde em Araripina, não de agora, mais que tem sido um problema crônico e que nunca ninguém teve interesse de resolver.
Eles são unânimes em afirmar que com a demanda (grande) assistida e desassistida pela estrutura organizacional do Hospital Santa Maria, não pode manter sozinho uma procura que tem sido a cada dia mais diversificada, com problemas que tem acometidos a nossa população, além do grande número de acidentes e outros que tem inchado as portarias da maternidade. Isso sem falar de outros municípios que ainda tem uma procura bastante grande. É realmente um gargalo que tem que ser resolvido, mas que tem sido empurrado com a barriga ou com discursos vazios há anos a fio.
Eu só procuro uma Unidade Hospitalar em último caso, já entendendo as dificuldades que irei encontrar para ser assistido (mesmo pagando pela consulta).
Tive na segunda-feira dia 17 de março, deste, um aumento da gravidade de uma alergia, como os sintomas de inchaço dos lábios inferiores e superiores em decorrência da reação inflamatória e a falta de ar, que pode ser um indício de Edema de Glote – que é uma reação alérgica grave. Sentindo dormência na boca, procurei às pressas à Casa de Saúde São José – e lá não tinha médico plantonista – então fui para o Hospital e Maternidade Santa Maria – e também não havia o médico no momento. Disse à recepcionista que o meu problema era caso de urgência e que a inflamação estava se agravando e o meu quadro só iria piorar caso não fosse atendido de imediato. Bem, o médico apareceu, a consulta foi paga e mais uma vez estou aqui relatando em síntese o fato.
Acontece que por
três vezes consecutivas, buscando atendimento onde todos dizem que devemos
procurar – em uma Unidade Hospitalar, me confronto com tudo aquilo que
preconiza a nossa Carta Magna – em seu Art. 196. A
saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Já que existe um convênio com o SUS, é uma entidade filantrópica, porque
não me garante os direitos que são instituídos pelo Sistema Único de Saúde.
Nunca nessas três vezes ouvi um sim, ou pelo menos uma tentativa de
amenizar o meu problema. Pagar já é praxe, mesmo que sacrifiquemos parte do
nosso salário (que já é mínimo) e quando adoecemos já ficamos na preocupação de
faltar com um compromisso para poder ter assistência não tão boa e nem
confortável numa Unidade Hospitalar na cidade em que nascemos e estamos criando
os nossos filhos. Falta coragem para abandonar uma terra que não cuida de seus
filhos. Culpa de quem? Não é só da Unidade Hospitalar, que entendo tem uma
sobrecarga enorme de problemas para resolver, mais de vontade política. Até dar
vontade de entrar com uma ação no Ministério Público pelos descasos que são
repetidos todos os dias e todas as vezes que alguém procura um atendimento
justo e se sente humilhado e desprovido de todos os seus direitos, mas
compreendo que o problema não está só em um único culpado, mais num emaranhado
de irresponsabilidades que tem como principais personagens os velhos cacifes
políticos que nunca fazem nada para construir uma terra melhor para se viver.
Sabemos que não precisam se esforçar muito, pois quando querem tratamento
tem a disposição deles toda uma estrutura montada para um atendimento vip.
Viajam a capital, tem bons planos de saúde, tem transporte à disposição quando
precisarem, médicos particulares, enfim, tudo aquilo que nós cidadãos comuns
não temos.
Culpa também de quem? Nossa, que não exigimos, não cobramos e sempre
somos amansados com tapinhas nas costas em épocas de eleição sem pensar que no
futuro nós precisamos mais do que “tapinhas nas costas”, porque quando
precisamos, nos falta o profissional médico (que também não é tão valorizado),
o Hospital, a qualidade da assistência, a comodidade e tudo aquilo que necessitamos
para que a nossa recuperação não seja tão longa.
Enquanto isso não se fala mais em UPA, em Centro de Hemodiálise (tão
propalado em campanha), em Hospital Municipal, apenas nas alternativas ESFs,
que tem servido apenas de paliativo e evidente necessário, mas quando acontece uma emergência aí
comprovadamente temos a certeza de como é difícil viver nesta terra. O que
precisamos é de uma Emergência Municipal, já que o SUS descentralizou as ações
porque o município fica próximo dos problemas dos seus cidadãos, porque então
não gastar os recursos com investimento em saúde pública ao invés de bancar uma
cambada de gafanhotos, apenas para atrair votos.
Não estou aqui culpando a Unidade Hospitalar que mesmo sentindo omissa
comigo por várias vezes, assim como deve ser omissa com muita gente que procura
assistência no referido estabelecimento, estou apenas desabafando e mostrando a
cara da saúde de nosso município, porque muitos escondem para fazer propaganda
enganosa da nossa real situação.
Blog do Paixão