Marina Silva –
Candidata a vice-presidente resolveu fazer um passeio pelo ABC, sem a companhia
do principal candidato da chapa –
Eduardo Campos (PSB).
Exibindo um broche
da Rede, partido que não conseguiu registro na Justiça Eleitoral, fazia no local
a inauguração no Calçadão de comércio em Santo André (SP), sua primeira agenda
oficial.
Abraços, fotos,
beijos, as pessoas a reconheciam, mas não acreditavam que a candidata não era
ela e os seus assessores em cenas hilárias repetiam a todo instante: “Eduardo
Presidente. Eduardo e Marina, vote 40”. Inclusive um candidato a deputado
estadual que fazia as honras da visita ilustre, apressava-se em entregar a
chapa e relembrava trocando a ordem da composição: “Marina e Eduardo, viu? Marina é a nossa vice-presidente”.
Outros afirmavam
que Marina agora é candidata a governadora e outros que ela é Vice na chapa com
Dilma. Alguém da militância apressou-se em colar um adesivo do PSB no peito de
Marina. “Agora somos dois, Eduardo e Marina”. Arriscou ela pela primeira vez.
Lembrei-me da
Matéria da Revista Veja, nº 38, de 23 de setembro de 1998, intitulada “O FIM DE
ARRAES” – que teve por obrigação judicial, publicar o Direito de Resposta, e
que dizia que ele encerrava de forma melancólica uma das mais longas carreiras
da política nacional e que aos 81 anos não tinha nenhuma chance de se reeleger e o
governador de Pernambuco vivia o seu ocaso. Arraes tinha menos da metade das
intenções de voto de seu adversário, o ex-prefeito do Recife Jarbas e o seu discurso segundo
a matéria, tinha ficado gasto e envelhecido.
Arraes
decidiu ignorar os palpites dos publicitários de sua campanha e fazer as coisas
do seu jeito. Agora passa mais tempo nas ruas, batendo de porta em porta para
cumprimentar eleitores. Os aliados já começaram a desembarcar da canoa do
governador. Nas últimas eleições municipais, Arraes elegeu 106 dos 184
prefeitos de Pernambuco. Um quinto deles já abandonou a candidatura do velho líder.
Frisava a matéria da Revista Veja.
Uma
nota da Executiva Nacional do PSB – datada de 22 de setembro de 1998, em
resposta a Veja, dizia que a revista lembra os piores momentos da pasquinagem,
agride a história de Miguel Arraes de Alencar – um personagem que dedicou toda a
sua vida à defesa dos excluídos, humilhados.
Miguel Arraes foi Chamado
de Pinochet de Pernambuco por setores de oposição e a história supracitada, pode não ter nada a
ver com o ex-governador e atual postulante a presidência da República pelo
também PSB – Eduardo Campos, e tem, porque além de Neto de Arraes, adota a mesma postura, a mesma tática e chama atenção por fatos notórios e idênticos
com os atuais momentos vividos pelo presidenciável.
Os
mais fanáticos acreditam na mesma reviravolta acontecida quando ele disputou a
sua campanha para governador e saiu de um ínfimo 9% - para 65% nas intenções de
votos (se os números não baterem fiquem a vontade para corrigi-los) e quando
também elegeu um desconhecido candidato a prefeito do Recife o atual Geraldo
Júlio. As pesquisas hoje dão por certo a vitória de Armando Monteiro (PDT)
sobre Paulo Câmara (PSB), tutelado de Campos, mas o estigma de estrategista e
político das mil artimanhas são a garantia de que o quadro será invertido e ele
fará o seu sucessor. Campos aposta na Propaganda na TV para subir.
Até
parece um filme velho ou uma exata afirmação de que só quem sabe trabalhar nas
adversidades e enfrentar as intempéries e sair ileso é o senhor Campos. Ninguém
mais é capaz de conciliar tudo isso que até o eleitor já sabe de cor.
Enquanto isso uma conhecida militante verde, passa vexame em tentar tornar pública a sua candidatura e ao mesmo tempo fazer conhecido um desconhecido e além do mais com o histórico de arbitrário e prepotente.
Mesmo
assim, pagamos pra ver.
Blog do Paixão