Até um dia desses eu era uma estranha no meio político.
Surgi assim sem querer, do nada. Nasci político de uma estranha transação que
era para não dar certo, afinal de contas era vinculada a pessoas sem
credibilidade e notáveis por não honrar os compromissos. Peguei carona numa
figura populista, e virei o protótipo de político brasileiro, virando
celebridade e arrebatando os corações dos eleitores que me mitificam como
salvador da pátria e de repente viro uma realidade.
Eu estava ainda apagada e era somente a sombra daquela notoriedade
populista. Era também a coadjuvante de um jogo que eu passava a conhecer cada
jogada, cada nuance e mesmo assim, me mantive sem saber o que o futuro me
reservava.
O populista chegou ao poder e lá estava eu junto, pois
fazia parte do mesmo grupo e com o tempo percebemos a fragilidade e as brechas
que ele deixava para que fossem preenchidas com as armas que usávamos contra
ele para destituí-lo do poder.
Tínhamos a nosso favor uma força maior, bem maior e acima
do poder do populista e que até laços de consanguinidade pesava e somava ao
nosso favor - se você pensou em Deus, se enganou – ele só acredita ser o todo
poderoso, mas não é Deus.
As trapalhadas do político populista e uma mãozinha mágica,
fez com que ele torna-se sua gestão insustentável e aí a justiça braço forte e
amigo das nossas pretensões, afastou-o do poder para que aí criássemos o nosso
próprio nome e a população passou a entender que éramos a esperança que faltava
para fazer o município desenvolver.
Ganhamos a prefeitura e aos trancos e barrancos estamos
tentando ganhar notoriedade no cenário político estadual com a força do nome
forte que ainda nos garante arrimo, mesmo patinando nas pesquisas para a
disputa a presidência da República.
Comando com mão de ferro os destinos do município que o meu
cônjuge governa. São ordens minhas mesmo consideradas arbitrárias que muitos
acham que configuram assédio moral e retaliações, as atitudes praticadas pelos
meus fiéis súditos dentro dos órgãos públicos que os meus oponentes estão
batizando de senzalas do partido socialista.
Os contratados “comem na minha mão”, têm que seguir
obedientes porque do contrário a porta da rua é a serventia da casa. O servilismo
tem que ser demonstrado com afinco e lealdade.
Sou totalmente contra aqueles que me contrariam e a
imprensa que se acha livre. Aqui no meu reduto a lei e as regras são obedecidas
a mim.
Demonizo as crítica da imprensa a mim e ao meu cônjuge, é
tanto que quase toda ela serve aos nossos anseios.
O Ministério Público e o Tribunal de Contas têm demonstrado
que a nossa gestão é pautada em respeito aos interesses do povo de Araripina,
quem acreditar no contrário é contra o que vem sendo estabelecido de forma
prática e honesta (risos).
Cumprimento os meus eleitores com as pontas dos dedos. Sou
obrigada a degustar alimentos que em minha sã consciência jamais ousaria, mas
isso é um ritual que e faz necessário para conseguir atingir os meus objetivos.
Alguns até experimentam em dizer que sou uma pessoa
querida, dada e simpática, que apesar da vida farta de onde sai, não sou uma
pessoa orgulhosa. São os meus militantes.
Tenho o controle de tudo e até o mandato do meu cônjuge –
eleito democraticamente pelo voto popular – sou eu que conduzo para seguir em
frente na conquista daquilo que atualmente almejo.
Posso até ser tachada de antidemocrática, afinal de contas
sou socialista e republicana, não preciso dar ouvidos a quem acha que estou
errada, porque tenho os meus apaniguados para propalar a nossa gestão como a
mais transparente e a que mais trabalha para o povo sofrido sertanejo (risos).
Somos uma gestão de Um Novo Tempo e acreditem ou não estamos
conseguindo calar todos aqueles que falam mal da gente, até quem vivia por aí
achando que tudo era molim molim.
Somos ou não somos os mandachuvas desta terra?
Agora é só esperar o dia eleições para comprovar o que
estamos falando, porque quer o povo queira ou não daremos aquele velho jeitinho
brasileiro de conseguir chegar aonde todo político pretende, para isso é claro,
temos o que toda essa gente deseja:
Dinheiro e poder.
Quando um prefeito faz piadas, acólitos costumam
esborrachar-se em gargalhadas, menos pela graça, é claro, e mas pelo servilismo. Revista Veja
Boa Leitura
Blog do Paixão