
...mas se fosse com ele o
acidente com a queda de um avião cessna que vitimou Eduardo Campos?
A
notícia seria em primeira mão: morre Aécio Neves, em uma
queda de avião (modelo Cessna).
Candidato a Presidência da República
pelo PSDB, neto de Tancredo Neves (eleito presidente da república em 15 de
janeiro de 1985, internado em estado grave em 14 de março, véspera da posse e
falecendo no dia 21 de abril do mesmo ano) pai de dois filhos gêmeos
recém-nascidos, e apontado nas últimas pesquisa Datafolha, Folha e Globo, em segundo lugar com 20% das intenções de
votos.
Minas Gerais para, o Brasil
também, as notícias instantânea surgem como um raio, e a toda hora o candidato
que estava morno em seus discursos aparece como um mito, o salvador da pátria, a
esperança de moldar o país ao seu estado mineiro.
A
viúva Letícia Weber consternada e abatida
segura os gêmeos Bernardo e Júlia e é amparada por Gabriela Falcão
Neves, filha de Neves com a advogada Andréia Falcão, que de quando em vez
levanta o braço e ecoa um grito de guerra: “o meu pai era o melhor”.
Letícia
está um pouco abatida aparentemente, mas é tratada como mulher de fibra,
guerreira e corajosa, que sempre esteve ao lado do esposo, neto de outro líder
político, encarna agora a pessoa que vai decidir qual nome certo para
substituir Aécio, além de ser o espelho para tantas mulheres brasileiras, que
enfrenta no momento uma perda irreparável.
Os
filhos gêmeos viram troféus, Gabriela Neves a protagonista das cenas mais
arrepiantes que ilustra a tristeza e ao mesmo tempo um teatro para ganhar
notoriedade, ensaia gestos de atriz fúnebre, com uma blusa definida nas cores
do PSDB com os dizeres: “A ESPERANÇA NÃO MORREU”. Triste mais é real o
sensacionalismo da primogênita.
O
caixão atravessa as principais ruas de BH. Bandeiras do Brasil, com a foto do
candidato, com a foto do avô, a canção entoada à capela: “Ê MINAS GERAIS, QUEM TE
CONHECE NÃO ESQUECE JAMAIS” – faz as lágrimas percorreram sobre os rostos
tristonhos dos mineiros e silenciar em todos os gestos de sentimentos os
brasileiros, que sentem o prematuro sumiço de um político cheio de sonhos, que
acreditava num país mais próspero e menos desigual.
As
pesquisas já aponta o nome do substituto ficando no páreo com a candidata do
PT. José Serra desponta como principal nome do partido, apoiado por FHC que
terá a incumbência de convencer Geraldo Alckmin que sua vez já passou. Serra é
o mais cotado nas pesquisas que embala como um trem veloz.
Camisas
são distribuídas, o brasileiro se comove, lembra do Plano Real implantado por
FHC – Ministro da Fazenda de Itamar Franco, do Ministério Assumido por José Serra
considerado o pioneiro no coquetel anti-AIDS, do próprio Alckmin que em São
Paulo é um foguete nas pesquisas, enfim, a comoção alavanca o futuro da
agremiação para comandar os destino do país.
Em
encontro do partido e em entrevista o nome de Neves é exaltado e todos são
unânimes em compará-lo a trajetória de Tancredo Neves – o constituinte que além
de contribuir para a redemocratização do Brasil, deixou um neto para seguir
lutando pelos seus ideais.
Desculpem-me
leitores, apenas quis externar a minha maneira o jeito de enxergar o óbvio e
entender que não podemos decidir de uma hora para outra os destinos do país. Eu
não entendo qual o motivo de tentar sortear a nossa pátria como se ela fosse
uma mercadoria vencida, que pode ser entregue aos serviços de descarte.
Ganância?
Poder? Birra? Raiva? Medo?
Tudo
isso eu entendo e não vou dizer aqui que vivemos um momento glorioso e de
avanços significativos, pois estaria mentindo para mim mesmo, coisas que vocês estão
nesse momento tentando fazer, acreditando que ideias vagas, planos
mirabolantes, perguntas sem respostas, discurso de papel, atitudes arbitrárias,
vão todas serem postas em práticas e salvar o Brasil do abismo em que ele se
encontra.
Uma
candidata que ressurgiu das cinzas devia estar pronta e acabada para dar uma resposta
ao povo brasileiro. Se eleita antes de assumir, já terá no currículo o primeiro
caso de corrupção em que participou ativamente, mas disse que não sabia.
Respostas
concretas não se ver para mudar a economia, a não ser tornar o Banco Central
Independente, o que para qualquer economista não tem um sentido de melhorar,
mas de moldar o sistema aos interesses de banqueiros e especuladores.
Vivemos
o momento “faca de dois gumes”. Estamos desesperados e principalmente
comovidos, querendo mitificar um símbolo na esperança de que ele dará vida a um
mito que morreu transformando suas ideias em ações.
O
Brasil é muito grande e de todos nós brasileiros, para ser tratado assim,
entregue assim, loteado assim, e disputado como um troféu num jogo sujo e
sórdido.
Mas
mesmo assim, se for do jeito que quiserem, como vocês quiserem, impensadamente,
só nos resta respeitar a vontade do que a maioria decidir. Torcer contra nunca, porque
desta terra esplêndida, de um povo heroico e bravo eu também sou formado.
Blog do Paixão