Eu Sou Charlie (Foto) Carlos Alegri - Reuters
Num momento em que nós que fazemos
os veículos de imprensa em Araripina e somos cerceados em nossa liberdade de
expressão de todas as formas sórdidas, mesmo que as nossas manifestações tenham
surtido o efeito desejado transformando em benefícios os nossos protestos, que são em prol da população (que reivindica pelos canais da mídia),
a exemplo do Bairro Aplausos, o mundo também lamenta, chora e se choca com o
atentado terrorista contra a Revista Satírica Charlie Hebdo.
Num momento em que estarrecidos,
somos testemunhas de um dos casos mais medonhos contra um veículo de
radiodifusão, que há mais de trinta anos serve tantos aos políticos de plantão,
como a população Araripeana, fora de forma criminosa (segundo a direção da
emissora) motivados por assuntos políticos, tirada do ar por quarenta e oito
horas.
Ficamos paralisados e com receio do
flerte que os políticos da Região do Araripe, de Pernambuco e do Brasil têm
tido com a censura, e de forma disfarçada e muitas vezes cristalina, também têm
praticado o terrorismo contra os veículos de comunicação e contra os seus
jornalistas.
Os atos têm sido muitas vezes
extremos e selvagens, ditatoriais e arbitrários. O abuso de poder, a própria
justiça (ações judiciais), e outros armamentos pesados, são usados para
perseguir quem enxerga as debilidades e a falta de compromisso dos gestores
públicos com o dinheiro público. Fazemos uma imprensa corajosa, mas vítima da
corrupção endêmica e das críticas oportunistas de quem é subornado com jabaculê
para publicar apenas conteúdo encomendado e maquiado. Fazemos jornalismo
opinativo, construtivo e com criticidade, e não nos importamos com a imprensa
gafanhoto, porque servimos aos nossos leitores como o Quarto Poder da República
Federativa do Brasil.
Se o rei resolveu iniciar sua
gestão e com obras esporádicas, e a imprensa “jabaculeica” (desculpa o
neologismo) resolveu noticiar, porque afinal é o seu papel, nós continuaremos,
mesmo sob ameaças, retaliações, perseguições, peculiaridades dignas de um “extremista”, mostrando
que o dinheiro público tem que servir ao povo, e não aos interesses de uma
minoria que sempre foi beneficiada.
Quero lembrar aqui trechos de um
perigo disfarce de quem usa maquiagem para se postar de democrata, mas que em
verdade é um perigo para a liberdade e a nossa insipiente democracia:
“Todo mundo conhece a nossa postura.
Nós nunca tivemos postura revanchista, nós nunca tivemos postura perseguidora,
não é de nosso feitio fazer esse tipo de coisa”.
“Isso é uma postura natural, nosso
governo não persegue ninguém. Tem várias pessoas que votaram contra a gente tão
dentro do nosso governo, mas isso é natural do processo”.
Prefeito de Araripina em entrevista
para a Emissora de Rádio Grande Serra 94,3 – no dia 09.10.2014.
Se chamar vossa excelência de
mentirosa, talvez lhe falte com o respeito que como autoridade máxima do
município, não merece.
A imprensa séria é assim, por isso vos
digo que: “Somos todos Charlie Hebdo”.
Por Everaldo Paixão
Blog do Paixão