A greve dos professores no Estado de Pernambuco teve adesão de quase 100% nas escolas do Sertão do Araripe, e grande parte do corpo discente, apoiado evidentemente pelos pais, se juntaram ao evento.
Os professores Armando Arruda e Humberto Felipe,
representantes do SINTEPE, participaram de uma entrevista na emissora Rádio
Grande Serra FM, 94.3 – no Programa Tribuna Livre, ancorado pelo radialista
Genival de Sousa, falando do motivo da paralisação, quanto à falta do cumprimento
do Governo Estadual, em conceder os 13,01%, repassado para o estado pelo
Governo Federal, de acordo com a Lei do Piso Salarial.
- “Em trinta anos como professor, eu nunca tinha
visto isso” – De forma indignada, o experiente professor desabafou.
- “Já somos punidos pelo governo, principalmente
quando se desconta R$ 300,00 do SASSEPE (Sistema de Assistência à Saúde dos
Servidores do Estado de Pernambuco) e não temos médicos para o atendimento de saúde que necessitamos” – complementou.
Falou que a escola de referência não é essa
maravilha anunciada. Não tem água de qualidade, merenda de qualidade, e o professor
trabalha o dobro, o que torna a atividade do profissional educador, mais
estressante, e ainda por cima o bônus concedido, não é incorporado na
aposentadoria.
Acrescentou que as represálias já são sofridas no
dia-a-dia, e que mais essa de cortar o ponto dos professores que estão em
greve, é só mais uma regra ditada de quem não quer cumprir a lei.
A professora Verônica Gonçalves, mais uma que
aderiu a greve por entender a sua legalidade e o direito garantido de
manifestação (ato que esse governadorzinho não quer entender como justo e
democrático), também se colocou bem em suas palavras de quem não está pedindo
favor ao governo, apenas que ele cumpra a lei.
Humberto Felipe, falou que o governo alega não ter
recursos para dar o aumento (dinheiro repassado pelo governo federal), mais
gasta milhões com peças publicitárias.
Vai se entender a cabeça desses socialistas.
O professor Crisnacleuton, também se colocou agradecendo
a participação dos alunos, peça fundamental para a valorização da categoria, e disse
que a luta continua.
Sexta-feira, o Sindicato dos Professores discutirá
em assembleia a continuidade ou não da greve. Acho que se depender do Paulo
Malvadeza, ela continua, para não abrir mão do que não é seu.
Só quero aqui evidente discordar um pouco do
Professor Armando, e ele tem todo o direito neste espaço, para uma réplica,
quando ele fala que o governador Campos (o Dudu Beleza) não tomava medidas tão
drásticas.
Deixando de lado um pouco o corporativismo e
debatendo o assunto em sua amplitude, já que outras secretarias / categorias do Estado
também sofrem a defasagem salarial – a saúde meu caro – sofreu todas as
amarguras impensadas para tentar um acordo, uma conversa ou uma aproximação com
Campos. O SINDSÁUDE, que representa a categoria dos servidores da Saúde, conseguiu
um aumento irrisório nos oitos anos do governo de Campos / João Lyra, e não se podia
discutir com ele, porque ele se achava acima de todas as forças do Estado,
portanto a esmola concedida era o que achava que a classe merecia.
Se ele fez muito pela Educação, pouco contribuiu
para a saúde. O nosso SASSEPE é um exemplo claro desse desprezo.
E quando o Câmara (PSB) decide tomar as suas
atitudes arbitrárias, está abrindo um leque para que os seus seguidores façam o
mesmo. Alexandre Arraes (PSB) em Araripina é um desses tentáculos antidemocrático,
que se acha acima de tudo.
E viva o socialismo.
Blog do Paixão