Foto: Fabiano Alencar
Um clima de euforia, tensão e
expectativas tomaram conta do cenário político de Araripina. Notícias dão conta
de que a Polícia Federal continua fazendo os seus trabalhos de investigação, dando
continuidade a Operação Paradise deflagrada no dia 07 de maio, que tem o
objetivo de desarticular uma associação criminosa que se instalou na prefeitura
de Araripina, e que desviava recursos públicos que deveriam ser utilizados na
construção de escolas, creches e quadras poliesportivas no município.
O Prefeito de Araripina foi indiciado e
seis servidores: Cybele Arraes (secretária de
Educação), Ricardo Arraes (irmão do Prefeito), Sandra Mara Bihum e Rosa
Suleymam (assessoras jurídicas do gabinete do prefeito), Ana Maria
(ex-secretária de Finanças) e o servidor público César Gondin, foram afastado
por 180 dias.
Segundo as informações noticiadas, o
prefeito Alexandre Arraes (PSB), já é suspeito de crimes contidos nos Artigos 288
(Formação de Quadrilha), 317 (Prevaricação) – ambos do Código Penal Brasileiro.
Muito bem. Feito uma breve exposição
dos fatos, vamos sem meandros questionar e obviamente opinar, para entender
esse enredo que tem causado muita confusão, e é nesse aspecto persuasivo que o
próprio leitor discernirá para assim elaborar juntando as peças do tabuleiro, chegarem
as suas próprias conclusões.
A quem interessa mais o afastamento
do prefeito caso isso se materialize?
Quem está na linha de sucessão do
atual gestor?
Para a oposição, fragilizar Arraes
neste momento pode não ser muito oportuno e seria muito prematura uma saída do
gestor, mesmo com fortes indícios de seu envolvimento. Muito diferente do
afastamento de Lula Sampaio (PTB), que beneficiou diretamente o vice, um já
forte candidato a reeleição com apoio do Poderoso Governador Eduardo Campos (In
Memoriam).
No cenário que seria ou é rotativo,
dependendo da situação e de quem mais estaria envolvido nas fraudes de desvios
de recursos públicos no município, o Vice-Prefeito Valmir Filho (PMDB) assumindo,
com um provável afastamento do prefeito, garantiria a ele poder de barganha e
para provar que realmente (diferente dos seus discursos desconexos) estaria
sim, preparado para governar esta terra. Claro, nesse ponto, podemos colocar
uma interrogação (?) bem grande de suspeição, de comparação com os seis meses de interino
de Arraes (que foram para enganar qualquer eleitor idiota); das defesas em
público que ele fazia de forma glamourosa da gestão; da sua mansidão em não se
pronunciar sobre o caos administrativo de forma admissível (tendo que voltar
atrás no discurso que fez na Câmara); como era a participação da UNICLINIC - empresa que têm como sócios o irmão e o
pai; e enfim, por que nunca se destacou de forma categórica e pragmática aos
reclames da população e sempre tachou os motivos “de ser contra a gestão” como
obra de oposicionistas?
Ouvi de dois vereadores da situação
afirmando, que no discurso que o vice fizera na câmara naquele fatídico dia
(era a posse da mesa diretora para o biênio 2015/2016), mostrava sua falta de
envergadura para administrar um município do porte de Araripina. Bom, foi o que
ouvi nitidamente. E o vice sabe de quais vereadores estou falando...
Por enquanto, nada recai como
suspeitas sobre os ombros do vice-prefeito, principalmente porque todos sabem
que ele não era ordenador de despesas. Era
apenas um vice. Em 2012, na fase interina do prefeito, uma suspeita de
favorecimento em uma licitação não rendeu manchete e por isso, o assunto pode
ter sido arquivado ou não tinha indícios fortes para denotar suspeitas de fraudes.
O que é de estranhar mesmo tem sido o
distanciamento (pelo menos público) do vice-prefeito do gestor municipal, e os
boatos de que ele irá assumir em breve, e que o secretariado já estaria sendo
montado e articulado pelos seus partidários. Comentam-se, inclusive os próprio
visionários adeptos da ideia. E as fontes não oficiais (a voz popular) já dão
como certa que o vice-prefeito assumirá (caso o prefeito seja oficialmente
afastado) se fortalecerá no cargo e entrará na disputa para a prefeitura nas
eleições municipais de 2016, como um nome forte.
Mais pode haver um cordão umbilical
ligando os dois, por algum motivo?
Outro na linha de sucessão, caso os
tropeços da gestão atinja de forma aguda o vice-prefeito (e ele também seja
indiciado pela justiça), é o Presidente da Câmara.
Duro nas críticas contra a corrupção
que abalou Araripina e virou noticiário nacional, que resultou no afastamento
do ex-prefeito Lula Sampaio, Capitão sempre pautou a sua luta política em
verdade e transparência. Tem sido tacitamente um político ou meticuloso de
mais, ou estrategista ou raposa velha,
mas o seu silêncio também incomodou tanto os partidários, como a imprensa que
pergunta qual a sua posição sobre os fatos recentes, e o que tem a dizer da tão
propagada imagem da gestão atual, que ele defendeu como um rumo aos novos
tempos na administração de Araripina?
Nós (todos nós), de cabeça inclinada
para cima às vezes expulsamos da garganta ou das fossas nasais, o que
certamente cairá como gosma na nossa cara.
Neste momento o que nós Araripinenses
queremos de verdade, é que os nobres vereadores, principalmente os da Bancada
de Situação, compreendam que não estamos vivendo num mar de rosas e que a
situação da infraestrutura, da saúde, da educação, da assistência social, da
política enlameada por essa sujeira sistêmica na prefeitura municipal, não
precisa no momento de pilares para sustentar o que está desmoronando... em
ruínas. Que a gestão, tão iluminada
pelos holofotes, capaz de causar cegueira momentânea (dic.), não se transforme
numa perda de visão total.
Se as investigações comprovarem a
culpabilidade do gestor, que ele seja afastado. Se tem uma lista de envolvidos;
que seja divulgada e os responsáveis punidos. Se o vice-prefeito assumir, que
assuma. Se o presidente da câmara precisar assumir, que assuma. O que não
podemos é conviver mais uma vez com a IMPUNIDADE. Isso certamente provará a
fragilidade da justiça, a falta de respeito com o dinheiro do povo e a perca da
credibilidade nos órgãos de transparência.
Outro ponto importante: não se pode
protelar uma evidência com provas cabais, apenas por oportunismo. O que está em
jogo é muito mais do que vaidades pessoais, é a vontade do povo que acredita um
dia vir gasto o dinheiro que é seu com todas as suas necessidades, e não apenas
para alimentar as bocarras que estão sempre abertas para mamar nas tetas da
prefeitura.
De que me vale ser filho da santa /
Melhor seria ser filho da outra.
Resumindo:Tenho amor por minha terra, mas talvez melhor não ter sido parido nela, porque os pseudos-donos, pensam que mandam nela.
Blog do Paixão