
Uma vez ou outra, me pego pensando assim; com saudades de tempos e coisas, que já se passaram e que já aconteceram, e bate uma saudade, que às vezes não se sabe, nem de quê!
Tantas vezes sinto a sensação, de que estou revivendo, certas coisas que vivi.
Muitas vezes acontecem coisas comigo, que eu fico pensando, isso já aconteceu antes, eu já vivi isso antes. É uma sensação estranha!
Estamos vivendo tempos difíceis, tempos estranhos, que muitas vezes fica tudo tão sem sentido, sem razão, que num momento de fuga interior, misturamos o passado no presente e o presente no passado. Para podermos suportar as rebordosas, o peso, as surpresas que às vezes a vida nos traz.
Mas existe também o Rock’n’roll nas coisas, ou das coisas ...(atitudes). Aqueles momentos em que decidimos acertar, dá um chega em tudo e vencer, partir pra vida de cabeça erguida, não deixando que nada interfira na nossa paz, no nosso prazer, na nossa felicidade, (mesmo que digam que felicidade não existe, que o que existe na vida, são momentos felizes). Mas e daí?
Nós seres humanos, sabemos o que nos faz bem, o que nos leva ao pódio ou o que nos faz descer dele. O que nos leva pra cima ou o que nos leva pra baixo! Muitas vezes nem precisamos de dinheiro para nos sentirmos felizes ou vice-versa. Tudo é questão do momento em que nos encontramos.
Pensando no Tempo Presente
Às vezes fico pensando que nunca foi possível e tão fácil o ser humano se comunicar com tanta agilidade e rapidez antes. E cada uma falar o que pensa do mundo e do seu mundo, suas emoções, seus pensamentos sobre tudo, ou todas as coisas...
Apresentamos-nos para o mundo de formas múltiplas, como nós acharmos melhor e como melhor nos convier, cada um cria e recria os seus personagens! A internet nos possibilitou isso tudo. Do feio, virar bonitinho, do canalha, virar bom moço, do paupérrimo, se transformar em rico, do ignorante, se transformar em sábio, etc...
Tudo numa velocidade instantânea, o imediatismo tomou conta do ser humano no Século XXI, mas também por outro lado, a fragilidade é visível. Tantos amigos virtuais, todos juntos ao mesmo tempo e todos separados ao mesmo tempo!
Os vínculos de amizade nunca foram tão frágeis!
Não sei quem são, nem onde estão os amigos, também não digo quem sou, nem onde estou, nem aonde vou. Mostro apenas aquilo que quero mostrar, digo apenas o que eu quero dizer!
Opino e discordo ao mesmo tempo, pois sei que não há compromissos. Quando quero apareço e desapareço, quando não gosto do amigo, apenas deleto, sem sentimento de culpa ou desculpas. Tempos velozes sãos estes.
Dos seres humanos cada vez mais solitários e menos solidários, nos tornamos cada vez mais em seres virtuais.
Lembro-me agora da linda música do “Paulinho da Viola”, Dança da Solidão.
“Solidão palavra cavada no coração / resignado e mudo / no compasso da desilusão. Desilusão, desilusão. Danço eu, dança você. Na dança da solidão / Meu pai sempre me dizia / Meu filho tome cuidado / Quando eu penso no futuro / Não esqueço o meu passado / Desilusão / Danço eu, dança você
Na dança da solidão.”
Que saudades do tempo em que sentávamos todos nas calçadas (lá em Serra Branca – incremento do editor), que frequentávamos a casa do vizinho, do abraço sincero, da amizade sincera, do flerte escondido, mas com respeito, da mesa do bar pra jogar conversa fora com os amigos, sem o medo do perigo, do namoro no portão até as 10 (da noite), dos amigos em “pessoa”, numa boa.
Numa boa, o passado se faz presente, no presente. E o futuro hoje tão distante e tão ausente, e é só o medo e a solidão tomando conta, deste mundo da gente?
“Brincadeira”, mas viver é melhor que sonhar, já dizia Belchior.
Saia, vá para a rua, para as praças. Saia das redes sociais e vá para a rua, mostre sua cara, sua graça.
Viva.
Tome uma atitude.
Viva o Rock’in roll das coisas. Já dizia John Lennon, a vida é o que acontece, enquanto você dorme e sonha!
E diga numa boa, eu sou pessoa e a palavra “pessoa” hoje não soa bem, pouco me importa (Belchior)
Vamos em frente!
Luiz Libano de Andrade (Denda)
Serra Branca, 04 de maio de 2015.
Blog do Paixão