Por: Nicole Fusco e
Leslie Leitão, do Rio
A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e
Adolescente Vítima (DCAV), ao lado do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso(Sergio Moraes/Reuters)
A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e
Adolescente Vítima (DCAV), afirmou categoricamente nesta segunda-feira que há
provas suficientes de que a adolescente C. B. de 16 anos foi vítima de estupro
no Rio. Em coletiva de imprensa, a delegada confirmou que o resultado do exame
de corpo de delito, feito tardiamente, não aponta indícios de violência, mas
que isso não é determinante para atestar a ocorrência do crime. Também nesta
segunda-feira, dois suspeitos
foram presos: o jogador de futebol Lucas Pedorno, de 20 anos, e
Raí Souza, de 18 anos. Outras quatro pessoas tiveram a prisão decretada e estão
foragidas.
"Na minha convicção houve estupro. O vídeo mostra o rapaz
manipulando a menina. O estupro está provado. O que eu quero provar agora é a
extensão desse estupro, quem e quantas pessoas o praticaram, uma, dez, ou
trinta e três", disse a delegada, que assumiu ontem a condução do caso, no
lugar de Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática
(DRCI), criticado pela
jovem por tentar "incriminá-la".
O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, corroborou a declaração da
delegada, dizendo que os vestígios do abuso podem ter se perdido com o tempo.
"Não recolhemos os indícios de violência. Isso não quer dizer que não
houve. O laudo só não pode concluir tecnicamente. Os vestígios se perderam e
essa não colheita [de provas] pode ter acontecido por causa do tempo que
passou", afirmou Veloso. Da ocorrência do crime até a realização do exame,
passaram-se cinco dias, de acordo com a perita do Instituto Médico Legal (IML)
Adriane Rego.
A perita explicou os motivos pelos quais os indícios de violência podem
não ter sido detectados no exame. Segundo ela, o próprio organismo destrói os
espermatozoides em até 72 horas após o ato sexual. Outro fator é que a vítima
estava desacordada na hora do crime e, por isso, não ofereceu resistência.
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