Uma análise dos discursos de posse dos prefeitos de cinco capitais brasileiras mostra que as promessas de 2013 deram lugar ao temor pela crise em 2017
Por Pieter Zalis
Dando o sangue: No Rio, Crivella falou cinco vezes em crise na posse, palavra que Eduardo Paes não usou em 2013 (Custodio Coimbra/Agência o Globo)
Quanta coisa mudou em quatro anos. Os prefeitos que tomaram posse em 2013 prometiam mundos e fundos, grandes obras, investimentos. Em 2017, o tom foi completamente outro. Com boa parte das prefeituras do país quebradas, os discursos de posse neste ano refletiram as perspectivas sombrias pela frente. É o que revela um levantamento feito por VEJA, em parceria com a Abril Big Data, nas falas inaugurais dos prefeitos de cinco capitais brasileiras, em 1º de janeiro de 2013 e de 2017: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador. No Rio, Marcelo Crivella (PRB) citou cinco vezes a palavra “crise”, que não apareceu nem uma vez sequer no discurso de seu antecessor Eduardo Paes (PMDB), que falava das “oportunidades históricas” que a Olimpíada representaria para a cidade. Em São Paulo, onde a cerimônia não teve nem café para os convidados, João Dória (PSDB) mencionou duas vezes a necessária “austeridade”, palavra que não saiu da boca de seu antecessor, Fernando Haddad (PT), em 2013.
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