Presos na operação Manus, ex-parlamentares são acusados pelo MPF de
desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
Por
G1 RN
Os
peemedebistas Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves são acusados de recursos
públicos, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva (Foto: Fabio
Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil)
O juiz
Francisco Eduardo Guimarães Farias, titular da 14ª Vara Federal no Rio Grande
do Norte, aceitou nesta sexta (30) a íntegra da denúncia protocolada pelo
Ministério Público Federal contra os ex-deputados federais Eduardo Cunha e
Henrique Alves, ambos do PMDB, envolvidos na operação Manus,
deflagrada pela Polícia Federal.
Desdobramento
da Lava Jato, a operação Manus -- referência ao provérbio latino “Manus Manum
Fricat, Et Manus Manus Lavat”, que significa "uma mão lava a outra"
-- investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da
Arena das Dunas, em Natal, a partir de contratos operacionalizados com as
construtoras OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia.
A denúncia
também traz os nomes de José Adelmário Pinheiro Filho, Fernando Luiz Ayres da
Cunha Santos Reis, Carlos Frederico Queiroz Batista da Silva e Arturo Silveira
Dias de Arruda Câmara, também investigados pela PF.
Alves está
preso desde o dia 6 de junho na Academia de Polícia da PM, em Natal, e Cunha
está preso em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
“Tem-se que há
farta justa causa para a continuidade do processo e recebimento da denúncia por
todos os crimes imputados aos réus, inclusive o de possível organização
criminosa, ante a plausível união dos acusados para cometimento dos delitos
expostos na peça inaugural”, escreveu o magistrado.
Segundo a
assessoria de comunicação da Justiça Federal do RN, o juiz ressalva que a
imputação de organização criminosa é contra os réus Eduardo Cunha, Henrique
Alves, José Adelmário Pinheiro Filho e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos
Reis, haja vista que sobre eles já recai referida imputação no contexto da
operação Lava Jato.
Três núcleos
A acusação traz
três núcleos do suposto esquema criminoso: o político, operado por Eduardo
Cunha e Henrique Alves; o econômico, por José Adelmário Pinheiro Filho (Léo
Pinheiro) e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis; e o financeiro, por
Carlos Frederico Queiroz Batista Silva e Arturo Dias de Arruda Câmara.
No caso do
núcleo político, a peça inaugural relata que os referidos acusados, entre os
anos de 2012 e 2015, teriam solicitado e aceitado propinas no valor de até R$
11,5 milhões de forma oculta e disfarçada, por meio de supostas doações feitas
ao Diretório Nacional do PMDB, legenda da qual os acusados são integrantes,
“dentro e fora do período eleitoral, para, em contrapartida, de forma política
e parlamentar, favorecer empreiteiras do núcleo econômico da organização
criminosa, além de outras empresas não incluídas nesta ação”.
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