Brenton Harrison Tarrant, de 28 anos,
foi acusado por um homicídio até o momento, mas nome da vítima não foi
divulgado em respeito à privacidade da família. Juiz determinou que todas as
imagens do assassino tenham seu rosto distorcido.
Por G1

Brenton Tarrant é acompanhado por policiais
durante sua apresentação à corte do Distrito de Christchurch, na Nova Zelândia,
no sábado (16) — Foto: Mark Mitchell/New Zealand Herald/Pool
Brenton Harrison
Tarrant, de 28 anos, foi acusado formalmente de homicídio na manhã deste sábado
(16, horário local) em uma corte do Distrito de Christchurch, na Nova Zelândia.
Ele é apontado como o responsável pelos tiros que mataram 49 pessoas e feriram
outras 48 em duas mesquitas na sexta-feira.
Nesta primeira
audiência, o australiano recebeu uma acusação pela morte de um homem cuja
identidade não foi divulgada pelo juiz Paul Kellar, que manteve o anonimato da
vítima para preservar sua família.
O assassino será
enviado ao Supremo Tribunal em Christchurch em 5 de abril e até lá ficará
detido, sem direito à fiança.
Algemado, descalço
e acompanhado por dois policiais, ele permaneceu em silêncio durante toda a
audiência, que não foi aberta ao público, mas olhou diversas vezes para os
poucos jornalistas que receberam autorização para acompanhar o procedimento, e
sorriu ao ser fotografado e filmado.
Segundo o jornal
“New Zealand Herald”, o assassino fez um gesto conhecido como símbolo de
supremacistas brancos com as mãos enquanto era fotografado.
O juiz determinou
que todas as imagens mostrem seu rosto distorcido, para que ele não possa ser
visualmente identificado.

A primeira-ministra da Nova Zelândia,
Jacinda Arndern, fala sobre o massacre em Christchurch, no sábado (16) — Foto:
TVNZ/via Reuters
Mudanças na lei
Mais cedo, em um
pronunciamento, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou
que as leis sobre armas serão
alteradas no país.
Ardern lembrou que
o assunto já foi discutido em anos anteriores, mas afirmou que, após este caso,
não é mais possível adiar uma ação. "Agora é a hora de mudar",
acrescentou, dizendo que um dos itens que busca implementar é o banimento de
armas semiautomáticas.
Segundo Ardern,
foram apreendidas com o assassino cinco armas, entre elas duas semiautomáticas
e duas espingardas, e o homem tinha licença e comprou todas legalmente, a
partir de dezembro de 2018.
tos e 48 feridos
Feridos e mortos
A prefeita de
Christchurch, Lianne Dalziel, disse que as bandeiras ficarão a meio-mastro e
afirmou que o governo local ajudará com a dificuldade de fazer tantos enterros
seguindo o rito islâmico de uma só vez.
O chefe do distrito
de saúde de Canterbury, David Meates, disse à imprensa local que 87 pessoas com
ferimentos foram ao hospital de Christchurch e que 20 delas têm ferimentos
graves. Ele disse que é cedo para saber se outras pessoas irão morrer por causa
de seus ferimentos, mas que há alguns casos complexos.
A primeira-ministra
disse em seu pronunciamento que médicos de todo o país estão à disposição e que
a Austrália também deve enviar especialistas para cuidar de feridos em estado
grave, caso haja necessidade.
Ataques em mesquitas na Nova Zelândia —
Foto: Juliane Souza/G1
Ataques
Os alvos dos
ataques foram as mesquitas de Masjid Al Noor, ao lado do Parque Hagley, e de
Linwood, que estava lotada com mais de 300 pessoas, reunidas para as
tradicionais orações do meio-dia de sexta-feira.
Dos 49 mortos, 41
morreram na mesquita Masjid Al Noor, sete na Linwood e apenas um chegou a ser
socorrido com vida, mas não resistiu. Entre os feridos, há crianças e adultos.
O governo informou que 12 dos feridos estão em estado grave e precisaram passar
por cirurgias. O governo da Malásia afirmou que dois dos feridos são malaios.
Resumo
Ataques a duas mesquitas na Nova Zelândia deixaram 49 mortos
· 48 pessoas ficaram feridas, sendo 20 em estado grave
· 3 pessoas estão presas; uma quarta chegou a ser detida, mas foi liberada por não ter ligação com o caso
· A polícia não informou a identidade dos suspeitos e das vítimas
· Numa das mesquitas, um homem armado com um rifle automático disparou contra a multidão
· Usando uma câmera no capacete, o assassino filmou e transmitiu ao vivo o massacre
· O Facebook eliminou as contas do criminoso e trabalha para remover cópias do vídeo
· Na rede, o homem se identificou como um australiano de 28 anos, defensor da extrema-direita e contrário à imigração
A dinâmica dos
ataques ainda não está clara. Porém, o primeiro relato de tiros foi na mesquita
de Al Noor, na região central da cidade. Um homem com um rifle automático
invadiu o prédio 10 minutos após o início das orações, que começaram às 13h30
desta sexta-feira (22h30 desta quinta no horário de Brasília). Quarenta e uma
pessoas morreram no local.

Policiais vasculham área perto da
mesquita Masjid Al Noor, em Christchurch, na Nova Zelândia. O local sofreu
atentado na sexta-feira e recebeu flores para homenagear vítimas — Foto: Mark
Baker/AP Photo
Com uma câmera
instalada em um capacete, o assassino conseguiu transmitir o massacre, ao vivo,
pelo Facebook. O vídeo mostra que ele atirou indiscriminadamente contra homens,
mulheres e crianças enquanto caminhava.
Segundo
testemunhas, além do capacete no qual estava a câmera, o assassino usava óculos
e um caso de estilo militar. Ele foi descrito como branco, loiro, magro e de
baixa estatura.
As contas do
assassino no Facebook e no Instagram foram removidas. O Facebook afirmou que
estava trabalhando para remover as cópias do vídeo.
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