Além de Bruno Pereira (PTB), mais seis pessoas foram atingidas pela medida. Eles se tornaram réus após Operação Tupinambá, de 2017. Prefeito diz que "é perseguição política".
Por G1
PE

Prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), teve bloqueio de bens determinado pela Justiça. — Foto: Reprodução/TV Globo
A Justiça determinou o bloqueio de bens do prefeito Bruno
Pereira (PTB), de São Lourenço da Mata, no Grande Recife, de mais seis pessoas
e de uma empresa, após um pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Eles foram denunciados por participar de um esquema de desvios de mais de R$ 20
milhões.
Todos foram investigados pela Operação Tupinambá, da
Polícia Civil, que apurou denúncias de contratos
fraudulentos e "funcionários fantasmas". O chefe do
Executivo municipal negou as denúncias e disse que "é perseguição
política".
Além do prefeito, são réus na ação José Carlos de Araújo,
Severina Josefa Paulo da Silva Ramos, Roseane Ramos Gonçalves Andrade, Mônica
Cavalcanti dos Santos, Andréa Carla Bezerra de Araújo, José Felipe Pereira da
Silva e a empresa Esfera Construções Ltda. Todos são apontados como
participantes do esquema criminoso, segundo o MPPE.
No pedido, o MPPE requisitava, ainda, o afastamento do
prefeito, mas a medida foi negada pela juíza Marinês Marques Viana, da 1ª Vara
Cível da Comarca de São Lourenço da Mata. O prefeito chegou a ser afastado em
26 de setembro de 2017, dia em que foi deflagrada a operação, mas retornou
ao cargo após quase quatro meses por decisão judicial.
Na decisão, a juíza considera que, por ter havido um
afastamento anterior, já derrubado pela Justiça, Bruno Pereira só poderia ter
as funções suspensas, caso houvesse novos fatos no processo. O bloqueio de bens
foi concedido com tutela de urgência, que garante os efeitos da decisão mesmo
antes de pedidos de recursos dos réus.
No pedido, o Ministério Público afirmava que o
afastamento do prefeito era necessário para garantir "colheitas de provas
e regular instrução processual". O bloqueio de bens foi concedido para
garantir ressarcimento aos cofres públicos, que sofreram prejuízo de R$
1.723.162,34.
Resposta
Por meio de nota, o prefeito Bruno
Pereira informou que não foi notificado pelo MPPE, mas que "recebe a
notícia com muita tranquilidade e irá recorrer da decisão, além de ressaltar
que cumpre as leis e acredita que o Judiciário reconhecerá sua inocência, não
tendo dúvidas de que no final tudo será esclarecido e resolvido".
O prefeito disse, ainda, que considera como
"perseguição política" o caso e que se coloca à disposição para
quaisquer esclarecimentos.
A reportagem tentou contato com a defesa dos outros réus,
mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.
Operação
Tupinambá
A operação foi deflagrada no Recife, em São
Lourenço da Mata e em Camaragibe,
também na Região Metropolitana, assim como em Caruaru e Bezerros,
no Agreste. Em São Lourenço da Mata, a sede da prefeitura foi isolada, mas
quando os policiais entraram na sala da Secretaria de Administração para
apreender contratos de licitação, o armário estava vazio.
Na casa de Bruno Pereira, foram encontrados R$ 23 mil em
espécie. Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco, o
prefeito é investigado por suspeita de desviar mais de R$ 20 milhões. De acordo
com denúncias feitas aos órgãos, Bruno Pereira teria feito contratos
fraudulentos e contratado
"funcionários fantasmas".
Em entrevista coletiva concedida à imprensa na semana da
operação, ele negou
as denúncias e assegurou estar sendo vítima de um golpe. Bruno
Pereira ainda informou que, dos R$ 23 mil encontrados em sua residência, R$ 14
mil eram de seu pai e outros R$ 6 mil eram de seu irmão. Os R$ 3 mil restantes
seriam seus, já que ele afirmou ter o costume de guardar dinheiro em casa.
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