
O ex-governador gaúcho Tarso Genro em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Ex-governador afirma que está em posição minoritária no partido ao defender a formação de uma frente ampla para frear o bolsonarismo nas eleições municipais
Por Edoardo Ghirotto / Veja
O Partido dos Trabalhadores (PT) intensificou nas últimas semanas as movimentações para preparar candidaturas próprias na maior parte das capitais e cidades estratégicas do Brasil. Essa foi uma determinação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quer usar as eleições municipais deste ano para recuperar o capital eleitoral do partido antes do pleito presidencial de 2022. A estratégia, no entanto, soa como um equívoco para o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro.
Em entrevista a VEJA, Genro disse que “essa não é a melhor visão para os tempos que estamos vivendo”, após a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República. O ex-ministro de Lula afirma que está em “posição minoritária” no PT por defender que a formação de alianças deveria se pautar pelo conteúdo programático, e não pela escolha dos nomes dos candidatos ou das siglas às quais eles pertencem.
Genro passou os últimos dois anos articulando negociações para que o PT apoiasse as candidaturas de Marcelo Freixo (PSOL) à prefeitura do Rio de Janeiro e de Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre. Nos bastidores, Lula fez correr que a parceria só será consumada se os partidos se aliarem ao PT em São Paulo com a retirada de suas pré-candidaturas. “Se fizerem isso, será um erro burocrático brutal. Mais um”, critica Genro.
Reportagem de capa de VEJA desta semana trata dos atuais dilemas e da dificuldade da esquerda em encontrar alguém que unifique e lidere a oposição não apenas no pleito municipal, mas, principalmente, nas eleições presidenciais de 2022. Abaixo, leia os principais trechos da entrevista que Tarso Genro concedeu por telefone.
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