Delegada afirma que parto foi feito em uma mesa de cozinha e que equipamentos foram instalados de forma improvisada. Rapaz confirmou que fez procedimentos e disse que dona da cadela estava desesperada e afirmava não ter dinheiro para pagar veterinário.
Por Michelly Oda, Grande Minas

Mesa onde, segundo a Polícia Civil, foi feito o procedimento da cadela — Foto: Polícia Civil / Divulgação
A Polícia Civil investiga um rapaz de 21 anos por exercer ilegalmente a profissão de médico veterinário em Rio Pardo de Minas (MG). Segundo a delegada Lígia Barbieri Mantovani, o rapaz é dono de um petshop e os procedimentos cirúrgicos eram feitos em uma clínica improvisada, que funcionava na parte dos fundos do estabelecimento.
Uma equipe de policiais esteve no local nesta sexta-feira (7) após receber denúncias. Uma delas é de uma mulher, que foi ao lugar para que o rapaz fizesse o parto de sua cadela. Três filhotes morreram logo após o procedimento e a cadela faleceu no dia seguinte.
“A Polícia Civil iniciou as investigações e constatou que todo o procedimento foi realizado de forma clandestina. O parto foi feito em uma mesa de cozinha, na parte externa da casa. Lá, o investigado instalou de forma improvisada o soro e demais equipamentos médicos, sem qualquer obediência às normas sanitárias”, destaca a delegada.

Segundo a polícia, esse é o lugar onde os cães ficam na parte de trás do pet shop — Foto: Polícia Civil / Divulgação
Lígia Mantovani fala que o jovem foi ouvido na delegacia. Ele confirmou que já realizou procedimentos no local. Disse ainda que fez o parto que terminou com a morte dos três filhotes e da cadela movido pela emoção, já que a proprietária ligou desesperada e disse que não tinha condições de pagar um veterinário.
A delegada explica que nenhum material foi apreendido durante a verificação das denúncias. Os policiais encontraram apenas equipamentos e materiais compatíveis com os serviços oferecidos por um pet shop.
Apesar do negócio estar regularizado, a Polícia Civil acionou as autoridades sanitárias do município para verificar a condição das instalações. O G1 entrou em contato com o responsável pela Vigilância Sanitária Municipal, que informou que irá tomar as providências cabíveis.
“A estrutura é extremamente precária, o lugar onde deixam cães na parte de trás não tem condições necessárias, entre elas, a de alimentação, por exemplo. Ele pode ser o proprietário do petshop, mas isso não o qualifica para prescrever remédios e fazer procedimentos, o que pode ser feito somente por um profissional qualificado, no caso, um médico veterinário”, ressalta a delegada.
A Polícia Civil vai ouvir outras pessoas e acredita que mais casos devem aparecer. As investigações continuam e o inquérito será encaminhado à Justiça. Se condenado, a pena prevista é de 15 dias a 30 meses de prisão.
“Muitas pessoas têm bichos e o número de cachorros aumenta cada vez mais. A orientação da Polícia Civil é que os proprietários procurem saber e buscar por profissionais qualificados, que tenham o devido conhecimento para atuar na área”, finaliza Lígia Mantovani.
Equipe da Polícia Civil esteve no local para averiguar denúncia — Foto: Polícia Civil / Divulgação
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