Após a decisão, os testes deixam de ser obrigatoriamente feitos apenas em hospitais e clinicas.
Por Rafaella Vianna
e Thaís Matos, G1 e TV Globo

Anvisa aprova realização de testes rápidos de coronavírus em farmácias e drogarias
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (28), a realização de
testes rápidos de diagnóstico de Covid-19,
doença causada pelo novo coronavírus, em farmácias e drogarias. Com a decisão,
os testes deixam de ser feitos obrigatoriamente apenas em hospitais e clínicas.
A medida foi aprovada pela
diretoria da agência por unanimidade em caráter temporário, enquanto durar a
situação de emergência de saúde pública nacional, decretada em 4 de fevereiro.
A autorização passará a valer a partir da publicação de uma resolução da diretoria
colegiada no Diário Oficial da União.
Os estabelecimentos que quiserem realizar o exame deverão ter um profissional qualificado durante todo o horário de funcionamento. A decisão autoriza a aplicação, mas não obriga que as farmácias e drogarias disponibilizem os testes. A adesão, portanto, é voluntária.
Farmácias são estabelecimentos
que vendem e manipulam remédios. As drogarias, só vendem. A
presença de um profissional farmacêutico é obrigatória em ambas.
Os testes deverão ser feitos no
local e o resultado deverá ser interpretado por um profissional de saúde,
juntamente com outros dados do paciente.
O teste rápido (ensaio
imunocromatográfico) é auxiliar no diagnóstico, mas não possui finalidade
comprobatória - ou seja, não servirá para a contagem de casos do coronavírus no
país. Isso acontece porque há possibilidade de que o teste apresente
"falso negativo". Isso pode ocorrer se o paciente for testado no
estágio inicial da doença em razão da ausência ou de baixos níveis de
anticorpos de Sars-CoV-2 na amostra.
"O aumento [dos testes] será
uma estratégia útil para diminuir a aglomeração de indivíduos [em hospitais] e
também reduzir a procura dos serviços médicos em estabelecimento das redes
públicas”, disse o diretor-presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra
Torres, durante a reunião.
O diretor Marcos Miranda fez uma
observação de que as secretarias estaduais e municipais de saúde devem se reunir
com as farmácias para determinar um fluxo de informação sobre os resultados
desses testes.
A decisão foi apoiada pelo
Conselho Federal de Farmácia (CFF), conforme nota divulgada pelo conselho. O
órgão diz, na nota, que “reivindicou do Governo o envolvimento dos 9,8 mil
laboratórios de análises clínicas sob responsabilidade técnica de farmacêuticos
e das 88 mil farmácias na testagem da população, tanto no atendimento privado,
quanto público”.
Para o presidente do conselho,
Walter da Silva Jorge João, ”a inserção dos testes rápidos nas farmácias
comunitárias privadas é uma iniciativa importante para ampliar o acesso aos
exames, reduzir custos, evitar aglomerações, bem como diminuir a procura de
serviço médico em estabelecimentos da rede pública já altamente demandada”.
“Se existem coletas sendo feitas
em drive-thru, pelos próprios órgãos públicos de saúde, é perfeitamente
razoável que os testes rápidos também sejam realizados nas farmácias, pelo
farmacêutico, que é um profissional da saúde habilitado”, disse.
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