“Nós fizemos uma estratégia diferente de outros estados. Nós optamos por regionalizar e até, em muitos casos, municipalizar a adoção de medidas restritivas, porque a Bahia é muito grande. É um estado que do extremo sul ao extremo norte temos mais de 1.500 quilômetros de distância”, disse. A decisão de atuar regionalmente foi tomada desde o início da pandemia do novo coronavírus.
“Nós estamos há três semanas com um patamar estável do número de mortes, mas infelizmente muito alto, em torno de 50 mortos por dia. Então, a cada 20 dias são mil óbitos que estamos contabilizando, e precisamos reduzir isso”, afirma.
A reunião do governador com os líderes dos municípios também determinou que a internação dos pacientes que testarem positivo pela Covid-19, e apresentarem sintomas, será feita de maneira mais precoce. “Nós vamos internar os pacientes nos primeiros sintomas para, precocemente, iniciar o tratamento. Se necessário for, ampliaremos o número de enfermarias”. Rui Costa também anunciou a abertura de novos leitos de UTI na capital.
Sobre o toque de recolher, o governador afirmou que a medida já tinha sido adotada, ao longo da pandemia, em alguns municípios. “O resultado foi muito efetivo. O toque de recolher é para evitar aquele contato pessoal que é absolutamente desnecessário. Infelizmente, muitas pessoas, à noite, por volta das 18h, 19h e 20h, principalmente jovens, que se acham mais fortes e resistentes, acabam formando grandes grupos ou fazem festas, concentrações em bares, mesmo em bares menores, ou abaixam a porta do bar e ficam lá dentro”. Ele deu como exemplo a cidade de Jequié, onde as medidas foram adotadas por duas semanas, e, como consequência, houve um crescimento da taxa de isolamento.
Rui Costa diz que o lockdown foi apontado por um Comitê Científico do Consórcio Nordeste, formado por cientistas e pesquisadores que sugeriram a adoção de medidas, como o lockdown, em algumas cidades do Nordeste. “Nós, os gestores públicos, não necessariamente temos adotado na íntegra as sugestões, porque eu conversei pessoalmente com integrantes do Comitê Científico, e muitas vezes existe uma distância entre a orientação ou o estudo científico e a realidade concreta vivida nas ruas das cidades”.
O governador solicitou aos municípios para que as equipes de saúde da família faça um monitoramento corpo a corpo das pessoas que testam positivo (incluindo os contactantes para COVID-19), porque as informações são de que essas pessoas estão indo para as ruas. É preciso que essas equipes façam visitas as casas, liguem para essas pessoas e monitorem para que elas não circulem e façam a reprodução do vírus, alertou o Governador.
Blog do Paixão