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Criança tem gravidez interrompida e passa bem

Do G1/PE

O diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), hospital em que está internada a menina de 10 anos que engravidou depois de ser estuprada desde os 6 anos pelo tio, no Espírito Santo, afirmou que a garota está aliviada após a interrupção da gravidez, hoje.

Segundo Olímpio Barbosa de Morais Filho (foto), ela deve ter alta até amanhã e passa bem. "Desde 1996, nunca tivemos a sorte de passar uma semana sem ter casos tristes", disse.

"Eu estou com o telefone dela, em contato. Ela está bem, aliviada. O sofrimento nesses últimos dias foi terrível para ela, as ameaças que sofreu. Eu espero que esse sofrimento, daqui para a frente, seja atenuado, e vai depender muito de como vai ser conduzido, respeitando o sigilo. Que ela consiga recuperar a sua vida", afirmou.

A gravidez foi revelada no dia 7 de agosto, quando a menina foi ao hospital, na cidade de São Mateus, se queixando de dores abominais. A menina relatou que começou a ser estuprada pelo próprio tio desde que tinha 6 anos e que não o denunciou porque era ameaçada. Ele tem 33 anos e foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça, mas está foragido.

Manifestantes ligados a religiões protestaram, ontem, do lado de fora da unidade de saúde. O ato, organizado por um grupo contrário ao aborto, teve início após uma publicação da extremista de direita Sara Giromini nas redes sociais, divulgando o nome da criança e o hospital em que ela estava internada. A divulgação dessas informações contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente.

De acordo com o diretor do Cisam, não há registro na literatura médica de crianças, como a que foi estuprada no Espírito Santo, que tenham conseguido seguir em frente com a gravidez. Ele informou que todo o procedimento foi feito de acordo com o protocolo, já que o aborto em casos de estupro é um dispositivo legal.

"Uma gravidez com 10 anos de idade não é comum. A gente não tem relatos, na literatura médica, de mulheres levando gravidez a termo até 10 anos, porque ninguém promove isso. Normalmente, as publicações são de países de alto Índice de Desenvolvimento Humano, onde se respeita o direito reprodutivo e as mulheres. Nas sociedades, não é permitido esse sofrimento para as mulheres, isso pode levar à morte. Então, literatura vasta sobre isso não tem, mas sabemos que o risco de morte é algumas dezenas ou centenas de vezes maior que a população de uma mulher na idade fértil", explicou.

O Cisam, que é uma maternidade universitária, gerida pela Universidade de Pernambuco (UPE), atende mulheres em todo o ciclo reprodutivo e no pós-menopausa. Segundo Olímpio, desde 1996, a unidade é referenciada para receber casos como esse. O aborto previsto por lei é apenas um dos serviços prestados na unidade hospitalar.

"Infelizmente, o estupro é muito comum no Brasil, e, mais triste ainda, com crianças. E eu lamento muito que muitas pessoas não tenham acesso à informação. Tem crianças sendo violentadas, engravidando, e levando a gravidez até o termo, muitas vezes a gente só conhece o caso com complicações. É sabido, também, que a principal causa de suicídio em adolescentes é a gravidez indesejada", afirmou.

Abaixo-assinado é preparado para processar comunidade católica por atos no Cisam


Fotos: Paulo Paiva/DP
Por: Folha de Pernambuco

Um abaixo-assinado virtual com o objetivo de processar a comunidade católica Porta Fidei - por conta dos protestos do domingo (16) contra a interrupção da gravidez de uma criança de dez anos - já foi assinado por quase 50 mil pessoas. A menina está internada no Cisam, no Recife, onde aconteceram os protestos.

No abaixo assinado, disponível na change.org, está a justificativa para o processo: “A comunidade católica Porta Fidei realizou um storie onde uma moça falava sobre o caso da menina de 10 anos que foi abusada pelo tio, quebrando o sigilo que foi conferido à menina por lei e divulgando sua localidade, causando aglomeração e colocando em risco a vida da jovem e de sua família.” 

A comunidade católica se define como uma associação privada de fiéis, “inspirada na Carta Apostólica, sob forma de Motu Proprio, Porta Fidei, do Sumo Pontífice Bento XVI”. Foi fundada em 29 de setembro de 2012, no Recife, e é composta por leigos que realizam atividades apostólicas inspirados sob o carisma de “defender a verdade, guardar a fé, pela salvação das almas e o bem da Santa Igreja”. A comunidade tem outros núcleos nas cidades de Arcoverde, Petrolina e Sumé, na Paraíba. 


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