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A Saga do Padre Vaqueiro: A missa foi ameaçada de ir para Exu

 



Foto: Reprodução

A Missa do Vaqueiro, celebrada no Sítio das Lajes, em Serrita, figura como um dos maiores movimentos turísticos do Sertão de Pernambuco. Isso já era previsto por João Câncio que lutou o tempo todo para que a festa religiosa e social não fosse engolida pelo lado profano, comercial e político. Em alguns momentos a Diocese de Petrolina, à qual a paróquia de Serra era subordinada, teve que trabalhar para desarmar os espíritos e conter o acirramento dos ânimos.


João Câncio teve sérios problemas com políticos da região e, algumas vezes, a missa esteve ameaçada de parar ou ser causa de “briga do padre João com os políticos” – a celebração passasse a ser feita no Exu, sendo essa cidade o ponto mais indicado, por ser tratar da terra de Luiz Gonzaga, que tinha envolvimento histórico com a missa e a região.

Antônio de Mendes confirma todos esses lances (e veremos adiante o caso publicado nos jornais da Capital). Segundo ele, a missa só não saiu do Sítio das Lajes porque os vaqueiros, mas ninguém foi a favor de tirar a missa para o Exu, disse Antônio de Mendes, um dos últimos ouvidos na nossa pesquisa para esta publicação.Ninguém pode negar que toda vez que a celebração da Missa do Vaqueiro coincide com um ano de eleição, um bom número de políticos armam o seu palanque no Sítio das Lajes, uns de forma discreta e outros que exageram com fixação de faixas e fazem até corpo-a-corpo no meio da multidão. No pleito de 2002, os candidatos do PT deram um colorido especial, com as suas bandeiras gigantes, enquanto o governador Jarbas Vasconcelos que disputava reeleição, dispensou o palanque (das autoridades) enorme que em outros anos era armado do lado direito da ferradura, preferindo um toldo.

Diante de tudo o que vi, vem-me à cabeça, como sertanejo, o pensamento de que a Missa do Vaqueiro – que hoje já contribui fortemente com o turismo religioso e para incrementar o comércio informal, além do desenvolvimento da cultura regional – pode contribuir muito mais, caso o Parque dos Vaqueiros passe a funcionar como deve (e como pretendia João Câncio) com a estrutura permanente voltada para a produção artesanal, uma forma de compensar as famílias dos vaqueiros que, como dizia o sacerdote, passariam a ser os verdadeiros agentes da missa.


Fragmentos do Livro: João Câncio – A Saga do Padre-vaqueiro.
De Machado Freire

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