Gestores municipais precisam dar transparência ao processo em Bodocó, Ipojuca, Vertentes e Cachoeirinha. Há apurações sobre irregularidades no Recife, Jupi, Sairé e São José do Egito.
Por G1 PE
Doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan — Foto: IGOR DO VALE/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou, nesta quinta (21), que prefeitos e secretários de Saúde cumpram rigorosamente o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 nas cidades de Bodocó, Ipojuca, Vertentes e Cachoeirinha. Há apurações sobre casos de "fura-fila" sendo feitas no Recife, Jupi, Sairé e São José do Egito.
A recomendação é para que essas cidades cumpram a ordem de prioridade da vacinação em cada unidade de saúde contemplada, "estabelecendo a classificação de risco de contágio a ser efetivada por profissional, servidor, órgão, comissão ou entidade acreditada para esse fim, sob pena de, em caso descumprimento, serem adotadas as medidas cíveis, criminais e administrativas cabíveis".
Além disso, o documento recomenda que os gestores municipais precisam dar transparência ao processo de vacinação, "divulgando semanalmente as metas vacinais atingidas".
Um plano de vacinação local deve ser divulgado, com adequação das unidades destinadas à aplicação de doses e registro das informações no sistema do Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com a recomendação, prefeitos e secretários municipais de Saúde deverão informar se houve compra pelo município, disponibilização pela Secretaria Estadual de Saúde e/ou Ministério da Saúde, dos insumos necessários, como seringas, agulhas, caixas para descarte de resíduos, algodão, refrigeradores e acondicionamento adequado.
O total de vacinas recebidas e de pessoas que receberam a primeira e segunda doses também deve ser informado pelos municípios.
Do mesmo modo, os promotores de Justiça de todo o estado devem acompanhar de perto "a execução das ações de vacinação contra a Covid-19 por parte dos municípios".
Por fim, o MPPE recomendou às polícias Civil e Militar que adotem "as providências legais cabíveis para aqueles que insistirem em descumprir essas mesmas normas".
Governo
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou, por meio de nota, "que pactuou com os municípios pernambucanos, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o público prioritário da vacinação contra a Covid-19 neste primeiro momento da campanha".
As primeiras doses devem ser destinadas aos trabalhadores de saúde que atendem pacientes com Covid-19, além dos vacinadores, idosos em instituições de longa permanência, pessoas com deficiência institucionalizadas e indígenas aldeados.
"Em relação aos trabalhadores de saúde, caso a cidade não tenha UTI ou enfermaria Covid, devem ser priorizados os serviços como emergência e a atenção primária, que são os agentes de saúde, por exemplo, sempre optando por vacinar primeiro os com maior risco de exposição", disse a SES.
Investigações
Procurador-geral de Justiça recomendou ações contra quem furar a ila da vacinação VEJA VÍDEO
Na quarta-feira (20), o Ministério Público deflagrou ações para intensificar a fiscalização da vacinação. Segundo o procurador-geral de Justiça do estado, Paulo Augusto Freitas, os infratores podem ser punidos até com detenção e multa.
No Recife, uma arquiteta que trabalha em hospital dedicado aos pacientes com Covid-19 foi vacinada. O secretário de Saúde do estado, André Longo, justificou que o primeiro lote é para “trabalhadores de saúde”. O estado terá que justificar essa imunização, em dois dias.
Em, Jupi, no Agreste, a secretária de Saúde e um fotógrafo tomaram a vacina. A gestora acabou sendo afastada pela prefeitura. Também foram denunciados casos em Sairé, no Agreste, e em São José do Egito, no Sertão.
Em Escada, na Zona da Mata Sul, o MPPE recomendou à prefeita e à secretária de Saúde que cumpram rigorosamente o Plano Nacional, garantindo a prioridade da administração das vacinas para os público-alvo descritos no plano.
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