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A Saga do Padre Vaqueiro: A origem da Missa




A relação de amizade que João Câncio tinha com os vaqueiros e trabalhadores rurais de Serrita e região – o que levou o sacerdote a ter a vaquejada como seu esporte preferido – fez também com que muitas famílias tivessem maior aproximação com a Igreja Católica. E tudo foi motivado pela celebração de casamentos, batizados e missa de forma itinerante nos sítios e fazendas, em clima de confraternização entre as famílias e na festa da derrubada de boi, as vaquejadas, também conhecidas como corrida de mourão. Tudo contribuiu decisivamente para que mais adiante fosse criada a famosa Missa do Vaqueiro. 

O fato é que o assunto sobre a celebração de uma missa para homenagear os vaqueiros foi comentada pela primeira vez no final da década de 60, na casa de Pedro Martins Leite, o Pedro Braz, no Sítio Baixio dos Martins, em Serrita, que morreu muito novo, em outubro de 1983, com 52 anos de idade. Numa dessas visitas, João Câncio celebrou a missa de aniversário de casamento de Pedro Braz e sua esposa, Maiza Braz, que hoje com 73 anos de idade, conta que também aconteceu derrubada de boi. 

Dernil Braz, filho de Pedro Braz, fez um relato esclarecedor sobre uma conversa que João Câncio teve com seu pai e posteriormente com Joaquim Luiz, que era dono da área onde foi instalado o Parque Nacional de Vaqueiro. Nesse encontro foi comentada a morte do vaqueiro Raimundo Jacó, que serviu de inspiração para a missa celebrada no terceiro domingo de julho de 1970, para coincidir com o mês de aniversário da morte do vaqueiro primo de Luiz Gonzaga, ocorrida em 8 de julho de 1954. 

O agricultor Dernil Braz comenta ainda que na primeira conversa que João Câncio teve em sua casa, no Baixio dos Martins, seu pai falou que o vaqueiro José Rufino, que morreu de uma picada de cobra cascavel e que na mesma ocasião Pedro Braz contou a história da morte de Raimundo Jacó. Duas missas já haviam sido rezadas, inclusive com a realização de pega de boi, sendo a última no Sítio Taboleirinho, de Manoel Neto, da qual também participou Antônio de Mendes, que viria a ser o primeiro presidente da Associação dos Vaqueiros do Alto Sertão, que passou a receber a coordenação de João Câncio.

A primeira missa no Sítio das Lajes aconteceu praticamente dentro do mato, tendo, mesmo assim, reunidos muitos vaqueiros. Nela também estava presente o violeiro Pedro Bandeira, de Juazeiro Norte (CE), que trouxe sua viola e alguns folhetos de cordel, comenta Dernil Braz ao revelar que àquela altura João Câncio já era muito querido pelos vaqueiros e trabalhadores rurais do município.





Fragmentos do Livro: João Câncio – A Saga do Padre-vaqueiro. 
De Machado Freire

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