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Opinião: Lista de chamada para a Covid-19 do Educandário da Saudade


O ex-vereador Moisés Neri de Oliveira, foi outra vítima da Covid-19. Foto: Arquivo Câmara Municipal

Esse artigo não é uma espécie de pegadinha, nem brincadeira e nem o faria em um momento tão triste em quem estamos perdendo tanto gente querida e famílias inteiras estão sendo devastadas. No final esclarecerei o meu intento e quem sabe uma mudança das pessoas no comportamento com relação à pandemia.

O professor dessa sala de aula imaginária como a maioria o faz e vamos conduzir como se estivéssemos voltando ao Educandário da Saudade (Educandário – era o termo antigo para as unidades de ensino) inicia sua aula com a velha chamada de todos os alunos que estão relacionados no livro em ordem alfabética:

  • Helenita Nery

- AUSENTE!

  • Mazarello

- AUSENTE!

  • Moisés Nery

- AUSENTE!

  • Seu Armênio

- AUSENTE!

Pois é. Na escola fictícia todos que foram citados acima estavam AUSENTES e nunca mais voltarão para a sala de aula porque foram vitimados pela Covid-19. Os nomes dessas pessoas também foram colocados para identificar que estamos no momento mais tenso e crítico da pandemia e, afetados por variações de mutações invisíveis do novo coronavírus.

Moisés Neri de Oliveira, ex-vereador que legislou nos anos 1989 a 1992; de 1993 a 1996 e de 1997 a 2000; faleceu hoje (21/3) sendo a morte confirmada por familiares. Ele faleceu em decorrência de complicações da Covid-19. Na quinta-feira (11/3) a sua irmã Helenita Nery também morreu vitimada pela doença. Eles estavam na Unidade de Terapia Intensiva de Serra Talhada, Sertão do Pernambuco.



O ex-vereador Moisés Neri e sua irmã Helenita Neri. Ambos vítima da Covid-19

E quero destacar aqui a insistência que tive com “Seu Armênio” no início da pandemia, quando começávamos a receber denúncias das entradas clandestinas dos transportes alternativos no Município, quando os passageiros precisavam apenas ser monitorados e os protocolos precisavam ser cumpridos. Às vezes ou todas as vezes, éramos tratados de forma grosseira apenas por pedir que fossem tomadas as medidas sanitárias. E como foi e continua difícil sendo conscientizar às pessoas dos perigos da doença.

Já nos cansamos de pedir, implorar, mostrar as perdas irreparáveis que tantas famílias estão vivendo, dizer que não só a linha de frente dos profissionais de saúde das UTIs está estressada, desanimada com a situação caótica que o sistema de saúde está vivenciando, o pessoal da fiscalização: Vigilância Sanitária, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, enfim, também estão exauridos de a cada decreto, a cada medida restritiva serem questionados, obrigados a pedir ao comerciante (também duramente castigado), à população, uma compreensão e quem sabe até colaboração para que vençamos essa tempestade juntos. Talvez o comerciante, aquele que cumpre á risca as medidas sanitárias, pague um preço alto pelo irresponsável que patrocina e realiza festas clandestinas, que comprovadamente têm promovido juntamente com as filas de bancos (que ajuda a concentrar um grande número de pessoas nos centros urbanos) a fácil propagação dessa nova variante.

Agora uma pergunta para os que não estão nem ai para o que está acontecendo:

Você que ser o próximo a sair da Relação do Livro de Chamada do Educandário da Saudade?
Ou você vai ler esse texto e começar a procurar um culpado pelas mortes que estão acontecendo?

Fiz esse texto com um sentimento enorme de desânimo, porque a cada vida perdida, perde-se também a esperança nas pessoas, por acreditar que o ser humano está cada dia mais desumano.


Everaldo Paixão

- PRESENTE!

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