Por: Ananda Barcellos
Foto: Divulgação
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prefeito de Petrolina,
Miguel Coelho (MDB), está decidido a se manter como uma das lideranças da
oposição em Pernambuco, mesmo sem o apoio da sua sigla. Nesta semana, o
prefeito preencheu sua agenda de conversas e articulações com outras
lideranças, mirando nas eleições governamentais de 2022. "Vamos percorrer
a Metropolitana, Agreste e Mata para falar da situação de cada região [...]
estou buscando integrar os municípios e os prefeitos para recuperar Pernambuco,
construir uma mensagem de esperança para nossa população”, assinalou Miguel.
Nesta segunda-feira o prefeito prosseguiu suas costuras pela
Região Metropolitana do Recife, onde Miguel teve encontros com os prefeitos das
cidades de Olinda, Lupércio (Solidariedade), Ipojuca, Célia Sales (PTB), Cabo, Keko
do Armazém (PL) e Jaboatão, Anderson Ferreira (PL). De acordo com sua
assessoria, Miguel terá o resto da semana de viagens pelo estado, pela Mata
Norte, Agreste e Sertão pernambucanos. “Encontros com prefeitos e lideranças
políticas locais e das regiões estão na programação do grupo até o próximo dia
30”, destaca um trecho do comunicado divulgado pela comitiva do prefeito. O
giro pelo estado tem como companhia o pai e irmãos do prefeito, o Senador
Fernando Bezerra Coelho (MDB), o deputado federal Fernando Filho (DEM) e o
deputado estadual Antonio Coelho (DEM).
A movimentação de Miguel traz mais um indício de
saída do MDB, já que a sigla retirou o apoio à candidatura dele quando decidiu
se manter na Frente Popular, grupo liderado pelo PSB. Na época, o prefeito de
Petrolina divulgou uma nota lamentando a decisão do partido. Coelho
afirmou que a escolha emebedista significava uma “estagnação” da sigla, dando
indício que procuraria outra legenda para apoiar a sua candidatura. “Mesmo que
a direção estadual de nosso partido tenha decidido manter o MDB onde está, num
projeto que nada mais tem a oferecer, apenas a desesperança”, cravou o prefeito
de Petrolina.
Uma fonte ligada aos membros do MDB comentou que o
prefeito recebeu propostas do DEM e do PSDB. Coelho decidirá em conjunto com o
seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), o que pode indicar uma saída
em grupo da legenda emebedista. Miguel também deverá especular detalhes de sua
mudança com as outras lideranças da oposição, Raquel Lyra (PSDB), prefeita de
Caruaru, e Anderson Ferreira (PL), prefeito de Jaboatão dos Guararapes, já que
os três são cabeças do bloco da oposição em Pernambuco. Se eles formarão
uma única chapa opositora e, caso sim, quais seriam suas posições dentro
da chapa ainda não foi confirmado.
O presidente estadual do MDB, deputado Raul Henry,
justificou a decisão da sigla de retirar o apoio a Miguel. De acordo com o
parlamentar, a “pública aliança política” dos Coelhos com o presidente
Bolsonaro (Sem Partido) é uma “contradição intransponível” para a sigla.
“Enquanto a nossa trajetória é marcada pela defesa dos valores democráticos, o
presidente, todos os dias, aumenta a escalada do seu discurso contra as
instituições e a ordem democrática”, destaca um trecho da nota divulgada por
Henry. Raul também destacou mais de uma vez que a decisão não teria partido de
uma “desavença pessoal”, e sim que as linhas políticas divergiam, se tornando
insustentável para a legenda apoiar a candidatura de Miguel Coelho a governador
de Pernambuco.
Blog do Paixão