Foto: Acervo Municipal
Era possível conviver naquele ambiente onde as vísceras dos animais abatidos, o sangue jorrando misturando com a água do Açude Velho, as magarefes sem equipamentos de proteção individual, sujas, descalças, sem pensar em saúde pública, cisticercose, teníase, listeriose, toxoplasmose, tuberculose, que a atividade que abastecia o “Açougue Municipal” disciplinava a todo vapor uma das suas principais força motriz no município. Era ali, bem ali no Alto da Boa Vista, onde hoje fica a Associação do Encontro das Artes em Araripina, a AENCARTS, que também já fora espaço para um Museu Municipal, que uma atividade era reproduzida de forma medieval e miserável, mas que já demonstrava sinais, simples, pequeno, mas de avanços notórios.
Era ali também onde fomos testemunhas oculares dos eventos produtivos do Antigo Matadouro Municipal, que a juventude da época batia a pelada no campo do “Beira Fresca”, convivendo de perto com o vai-e-vem daquela turma que tratava e separava sem nenhuma higiene as carnes que seriam consumidas pela população.
Açougue Municipal de Araripina, onde fica atualmente o Banco Bradesco
A foto que ilustra o cabeçalho dessa pauta em homenagem aos 93 anos de Araripina que acontecerá no próximo mês, foi escaneada em uma visita acompanhado do Secretário Executivo de Cultura, Geonaldes Elhemberg, onde funciona, na sede da Antiga Prefeitura (um dos poucos prédios históricos do município) e comentei sobre o vácuo e o esvaziamento da nossa rica história (fatos, fotos, monumentos) que ainda pode estar sobre o poder daqueles que guardam nos seus baús, aquilo que pertence a todos nós.
E por isso, a foto, a relíquia guardada na Sede da Secretaria de Cultura, é aqui em nosso espaço uma obra para conhecimento público, porque fazer e contar história, só enriquece mais ainda a nossa querida terrinha.
Lembrando aqui para ser fiel aos fatos, que ao assumir a prefeitura em 1982 – Valmir Ramos Lacerda – revelou que uma de suas prioridades seria a construção de um matadouro moderno, porque ele era inconformado com o abate de animais nas condições precárias e sanitárias que se encontrava.
O então governador José Ramos considerou inadiável a substituição do antigo matadouro e, atendendo ao pedido do prefeito Valmir Lacerda (o seu primo), liberou uma verba de dezesseis milhões de cruzeiros para a construção de um novo abatedouro público, que se localizaria no Bairro Cipó (atual Vila Santa Maria). Fonte: Livro – 10 anos em 10 meses de Geraldo Granja Falcão.
Blog do Paixão