Mauá é personagem
importantíssimo para entender o processo do desenvolvimento da infraestrutura e
indústria nacional.
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onhecido como Barão de Mauá, Irineu Evangelista de
Sousa nasceu em 18 de dezembro de 1813, no Rio Grande do Sul. Considerado um
dos maiores capitalistas do século XIX, tornou-se uma figura muito influente
durante o Império e é considerado um grande impulsionador do desenvolvimento
industrial do Brasil.
Aos cinco anos, seu pai foi assassinado por ladrões
de gado. Com o segundo casamento de sua mãe, passou a viver com o tio e
mudou-se para o interior do estado de São Paulo, onde foi alfabetizado.
Aos nove anos, mudou-se com outro tio para o Rio de
Janeiro e empregou-se como caixeiro em um armazém na Praça do Comércio. Em
1824, passou a trabalhar para o português João Pereira de Almeida, sendo,
posteriormente, promovido a guarda-livros, fato que seria decisivo para a
trajetória que sua vida começa a seguir.
Em 1830, passa a trabalhar na empresa de importação
e exportação do escocês Richard Carruthers, como parte de um acordo para saldar
as dívidas de seu antigo patrão. Nesta empresa, Irineu aprendeu inglês e
contabilidade, aprimorando também seu tino comercial.
O grande destaque que teve no exercício de suas funções, fez com que, em 1836,
fosse promovido a gerente, passando, logo em seguida, a sócio da empresa.
Em 1840, após visita à Inglaterra, Irineu conheceu fábricas e siderúrgicas e concluiu que o Brasil só alcançaria o desenvolvimento se investisse na industrialização. Tornou-se, então, um grande homem de negócios, sendo o pioneiro em vários empreendimentos no país, fundou a primeira companhia de iluminação pública, a primeira companhia de navegação fluvial do norte do país, a primeira ferrovia brasileira, a primeira casa de câmbio. Além disso, foi um dos primeiros empresários a não utilizar mão de obra escrava e chegou a ter um patrimônio 20% superior ao orçamento do Império.
Dentre os seus empreendimentos, destacaram-se o
Estaleiro e Fundição da Ponta de Areia em Niterói, a Companhia de Rebocadores a
vapor para o Rio Grande do Sul, a Companhia de Iluminação a Gás do Rio de
Janeiro, a Estrada de Ferro Petrópolis (também conhecida como Mauá), o Cabo
Submarino do Rio de Janeiro a Europa, e o Banco Mauá & Cia.
Com suas intensas atividades econômicas e
industriais, tornou-se um dos brasileiros mais ricos do século XIX, alcançando,
em 1854, o título de Barão de Mauá e, em 1874, o título de Visconde de Mauá.
A Mauá & Cia tornou-se um importante
conglomerado industrial, reunindo 17 empresas em 6 países diferentes: Brasil,
Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Inglaterra e França.
Seu posicionamento liberal e abolicionista, no
entanto, fez com que ele tivesse problemas com a aristocracia brasileira e com
o Império, tendo seus negócios abalados pela taxação de importações e um de
seus estaleiros incendiados criminosamente. Além disso, a crise bancária de
1864 também lhe trouxe consequências, levando-o a renunciar ao seu mandato de
deputado para dedicar-se integralmente aos seus negócios.
Diante da instabilidade política e econômica e dos conflitos gerados por seus posicionamentos ideológicos, em 1875, pediu moratória do seu Banco Mauá e teve que vender muitos de seus bens para quitar as dívidas.
Em 1878, teve sua falência decretada, mas conseguiu
pagar todos os seus credores e passou a sobreviver do dinheiro que ganhava com
estâncias no Rio Grande do Sul e com o comércio de importação e exportação de
café no Rio de Janeiro.
Faleceu no dia 21 de outubro de 1889, em
Petrópolis, deixando como legado a ideia de que a industrialização seria um
caminho importante para o desenvolvimento do país. Conforme Celso Furtado, “em
nossa história, aparecem muitas figuras de idealistas, mas apenas um dentre
eles intuiu, desde meados do século XIX, que a chave para a modernização do
Brasil estava na industrialização. Essa é a singularidade de Mauá, que tentou
antecipar de um século nossa inserção na modernidade. Ao rejeitarem sua
liderança, os que mandavam no Brasil condenaram-nos ao subdesenvolvimento”
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Referências:
CALDEIRA, Jorge. “Mauá: empresário do Império”. São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.
FURTADO, Celso. “Formação Econômica do Brasil”.
19.ed. São Paulo: Nacional, 1984.
Blog do Paixão