Nós reclamamos da companhia de saneamento porque não distribui água regularmente. Reclamamos da companhia de distribuição de energia quando os apagões são frequentes. Não é isso?
Você já parou para pensar que a energia que usamos precisa de água para ser distribuída e que a água distribuída precisa ser abastecida de energia para chegar as nossas casas?
Você já parou para pensar na situação do manancial que abastece as nossas casas, que todos os dias sofre agressões da mão maldita do ser humano? Estou falando do nosso Rio São Francisco ou simplesmente Velho Chico.
Já visitou a Pitombeira, a Barriguda, o Açude de Gergelim, de Lagoa do Barro, de Rancharia, para entender como se encontra a situação hídrica em nossa região?
Alguém pode até surtar e indagar o quer que o prefácio acima tem a ver com o lixo que vem sendo despejado, antes mesmo da conclusão das obras do Canal São Pedro. Mas tudo tem a ver com a ignorância do ser humano (mesmo ele sendo instruído) que gasta água com produtos que são adicionados para transformar o líquido precioso em potável, lavando paredes de muros, calçadas, lavando carros, ruas e deixando as mangueiras abertas como se tivesse utilizando algo de fonte inesgotável. E esse mesmo cidadão, ainda deixa as luminárias ligadas dia e noite, usa a energia por acreditar que “QUEM PAGA A CONTA SOU EU, ENTÃO GASTO COMO BEM ME CONVIER” sem acreditar que com a escassez de chuvas, ela vai faltar para todo mundo, inclusive para os hospitais que vão necessitar de geradores potentes para evitar mortes de pacientes em Unidades de Terapias Intensivas.
E para entrar em um tema bem debatido nas rodas de conversa, sintonizando com o assunto em pauta, em 2017, identificamos vários focos de criatórios de muriçocas pelo simples motivo de obstrução da passagem das águas dos esgotos em vários trechos importantes do Canal São Pedro, principalmente em suas artérias na cidade. Cama, sofá, sacos cheios de lixo, entulhos de construção civil e até um animal de grande porte morto que fora descartado no canal, aumentou a quantidade de focos e a intensidade da muriçoca na cidade. Agora, com a revitalização do Canal São Pedro e com as intervenções no seu entorno e com o grande problema que Araripina ainda tem que enfrentar, que é concluir as obras do ESGOTAMENTO SANITÁRIO para resolver consideravelmente o dilema que os araripinenses têm convivido anos a fio, a população que fica nas margens do Rio São Pedro, está literalmente despejando os resíduos urbanos (o lixo) em uma de suas principais artérias. Pelas as imagens que capturamos às 17h40 (horário de início do pico de manifestação das muriçocas) já prevemos que aquele trecho já encontra-se em fase de obstrução e a proliferação do mosquito já se torna mais evidente. Claro que poder público e população podem chegar a um consenso e ambos criar situações para evitar que um lugar que ganha investimentos e desenvolve como um dos pontos mais estruturadores da cidade, não se transforme no que os nossos registros com tristeza conseguiram visualizar.
Só lembrando para você leitor, que não sou a favor do tal Carro Fumacê para jorrar veneno em nossas caras para diminuir a quantidade de muriçocas. Como bem frisei, existe um trabalho sendo feito de revitalização do Canal São Pedro, o que vai minorar a situação em longo prazo, mas para isso, outras atitudes precisam ser tomadas, mas não só pelo poder público, se a população não ajudar: o problema fica crônico.
Blog do Paixão