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Manifestações contra o governo Bolsonaro têm baixa adesão

Protestos convocados pelo MBL, Vem Pra Rua e Livres foram articulados em paralelo aos atos de 7 de Setembro, mas não tomaram as ruas das principais cidades do país

Rafaela LaraGiovanna Galvanida CNN*

em São Paulo


Foto aérea mostra manifestação na Av Paulista às 15h15 — Foto: Rosana Cerqueira/GloboNews

O

s protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ocorreram neste domingo (12) em várias cidades do país tiveram baixa adesão de manifestantes.

Os atos, que começaram durante a manhã e se estenderam pela tarde, pediam pelo impeachment de Bolsonaro e cobravam por mais vacinas contra a Covid-19. Sob o mote “Fora Bolsonaro”, as movimentações ocorreram em ao menos 10 capitais.


Foto: Reprodução

Faixas de protesto levadas pelos manifestantes também mencionavam a alta de preços dos alimentos e da gasolina. Nas ruas, também foi possível observar padronizações como o uso de vestimentas brancas e pedidos por uma “terceira via” para o pleito de 2022.

As articulações em torno dos protestos deste domingo começaram em paralelo à organização das manifestações de 7 de Setembro – que foram a favor de Bolsonaro e endossadas pelo presidente.

Os protestos foram organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelos grupos Vem Pra Rua e Livres. A articulação atraiu o apoio de políticos de direita, de centro e de esquerda, mas dividiu a oposição.

O Partido dos Trabalhadores (PT) e outras legendas de esquerda não aderiram aos protestos deste domingo e já organizam outros atos contra o governo. A direção do PT anunciou uma manifestação contra Bolsonaro para 2 de outubro.

Na Avenida Paulista, em São Paulo, os manifestantes começaram a se concentrar nas imediações do Museu de Arte de São Paulo (Masp) às 11h, e se dispersaram por volta das 18h30.

Segundo um levantamento do Centro de Operações da Polícia Militar de São Paulo (Copom), aproximadamente 6 mil pessoas participaram da manifestação na Paulista até o meio da tarde. Para o ato, a PM destacou 2 mil policiais do efetivo para reforço no esquema de segurança na região.

Nos atos do 7 de Setembro, o Copom havia estimado a presença de 125 mil manifestantes pró-Bolsonaro. Em termos comparativos, o público presente neste domingo representa pouco menos de 5% do total do ato governista.

Além de líderes do MBL, como o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), participaram também outros nomes da política, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS), os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Tabata Amaral (sem partido-SP), e João Amoedo, que foi candidato a presidente pelo Novo em 2018.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou presença de última hora no ato e discursou brevemente. Para ele, o Brasil se transformou em um “país isolado politicamente” devido às investidas de Bolsonaro contra líderes da China, Argentina, Alemanha e Estados Unidos. “Temos que resgatar um país que tenha seriedade”, opinou.

O governador também elogiou a decisão da executiva nacional do PSDB em classificar o partido como oposicionista ao governo federal. “Não há como ser neutro

diante de um governo negacionista e incompetente”, disse Doria.

Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT em 2018, compareceu ao evento paulistano e discursou sobre eventuais discordâncias entre membros da oposição a Bolsonaro.

“É claro que temos olhares diferentes sobre o futuro do Brasil, mas o que nos reúne, e é o que deve reunir toda a nação civicamente sadia, é a ameaça da morte da democracia e do poder da nação brasileira”, afirmou Gomes.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que deixou o governo nos primeiros meses da pandemia do coronavírus, voltou a criticar o presidente em relação às políticas de combate à crise sanitária.

“Bolsonaro teve todos os poderes para coordenar a pandemia, deu maus exemplos e adiou o quanto pode a compra de vacinas porque tinha motivações obscuras”, disse o ex-ministro.

Em Brasília, o ato teve a participação de aproximadamente 100 pessoas, que se concentraram próximas à Biblioteca Nacional. O grupo carregava faixas de apoio ao impeachment e com cobranças para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), analisar um dos pedidos protocolados contra Bolsonaro.

No Rio de Janeiro, os manifestantes se concentraram em Copacabana, na zona sul, ao lado de um carro de som a partir das 10h. No começo da tarde, porém, o ato já havia sido encerrado.

Os presentes utilizaram camisas brancas e pretas, além de empunharem bandeiras e cartazes. Um carro de som foi usado no protesto. O objetivo, segundo os organizadores, era a defesa a democracia. Além do apoio ao impeachment de Bolsonaro, havia também cobrança por mais vacinas contra a Covid-19.

Tanto em Brasília como no Rio de Janeiro, a polícia não divulgou informações sobre a quantidade de pessoas que aderiram aos atos.

Demais atos pelo Brasil

Em Salvador, Manaus e Belo Horizonte, as manifestações aconteceram a partir das 8h, mas também já estavam dispersas no começo da tarde.

As cidades de Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, São Luís e Vitória também registraram opositores do governo nas ruas.

Na capital mineira, o ato ficou concentrado na Praça da Liberdade, região central, e foi encerrado por volta de 12h50. Manifestantes carregavam bandeiras de partidos políticos e cartazes contra o governo, e um carro de som também esteve no local.

Em Curitiba, os manifestantes se reuniram em uma região da cidade nomeada de Boca Maldita e carregaram bandeiras contra o governo Bolsonaro. O ato durou entre as 15h e 17h.

Já em Florianópolis, os manifestantes reuniram-se na praça Quinze de Novembro entre as 14h e 17h30, mas o ato não chegou a ir às ruas, limitando-se à escadaria da catedral central.

As faixas de protesto também abordavam o aumento da gasolina e dos produtos da cesta básica para além da pauta do impeachment. 

*Com informações de Isabelle Saleme, Caroline Louise e Lucas Janone, Gustavo Zucchi, da CNN, no Rio de Janeiro, em Brasília e Belo Horizonte 

  

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