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Túnel do Tempo: "Uma carta cheia de lembranças"

Barriguda, 21 de 12 de 1959

Querida Líllian, meus beijos

C

olhendo o teu perfume no coração, curvo-me sobre esta mesa para dar-te as minhas notícias e, ao mesmo tempo, fico à espera das suas, enquanto (...) ficamos todos com saúde, graças a Deus. O mesmo desejo (...) com os teus.

Sim, querida! Sobre a nossa vinda daí, fizemos ótima viagem, chegamos aqui em casa no sábado às 9 horas do dia. O Luís Inácio veio conosco até o Crato. É bom companheiro. Mudamos. Como vai os “brotinhos daí”? Qual é o candidato que você prefere? E seu Zé? Ou Joãozinho? Quero saber. E Totonho? Como Vai? Sempre falando de ir embora? E Alfredo? Como vai ele? Dê lembrança a ele por mim, caso ele se interesse em saber.

Sim... e Maria Severo já casou? O Adeilson veio? Lembrança a ela por mim, lembrança a Maria e Terezinha de Peixinho. Lembrança a Dona Rosa, lembrança a Dona Jove, a Helena, a Vaval. Lembrança a Dona Tetê de Érico e a Chico. Lembrança a Dona Donzinha e a Pamilha. Oh, Querida! Lembrei-me de perguntar, sim...como passou a festa? Quero que mande me dizer, se foi boa para ti. E seu “Zé” bebeu, não? Só aquelas (...).

Papai, mamãe e as meninas enviaram mil lembranças. Seu Jó e até a Dona Izabel, peço que abrace ela por mim. Abrace e beije minha Bebé e meu Flávio.

Termino pra não lhe aborrecer.

Um forte abraço e beijos da Amiga.

Lídia Silva. 

P.S.: Essa missiva antiga e cheia de maravilhas que foram substituídas pelas mensagens online ou via aplicativos, nos remota aos anos de 1950 e até os anos de 1990, ainda usávamos desse método para se comunicar com a família, o namorado, a namorada, o paquera, os "brotos", e tinha aquela magia, aquele toque especial de cultivar e descrever em linhas retas (no caso da carta acima) tudo aquilo que fez parte de algo muito especial nas nossas vidas.

Dá uma saudade doida dessas coisas simples que, principalmente fez parte por muito tempo das trocas de mensagens através de cartas, dos correios, entre os retirantes do sertão que iam se aventurar em São Paulo. E por isso lembrei-me da música "Uai Bichinho" de Zé Geraldo. Em um trechos retrata tudo isso que estou falando:

À noite notícias de casa novidades, 
saudades e beijos 
A carta dele cheirava jabá 
e a minha cheirava queijo

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