Apuração da polícia detalha as últimas horas dos meninos de Belford Roxo

Por Isto É

Na quinta-feira (9), a Polícia Civil do Rio de Janeiro encerrou o inquérito sobre o sumiço dos três meninos de Belford Roxo, em dezembro do ano passado. As investigações apontam que as crianças foram torturadas e mortas por traficantes do Comando Vermelho (CV) após furtem uma gaiola com passarinho de um tio de um dos traficantes. As informações são do UOL.

A apuração da polícia detalha os últimos momentos dos meninos (Alexandre da Silva, 11; Lucas da Silva, 9; e Fernando Henrique Soares, 12), que foram capturados, mortos e tiveram os corpos ocultados no mesmo dia.

Segundo as investigações, na manhã do dia 27 de dezembro, as crianças se reuniram para brincar em uma quadra na comunidade do Castelar. Por volta de 11h30, foram até a casa de Alexandre. Segundo os familiares, eles não carregavam gaiolas de passarinho. No entanto, testemunhas que os viram deixar o imóvel após às 13h, relataram que os meninos carregavam duas gaiolas com pássaros e estavam a caminho da feira de Areia Branca, a 2 km da comunidade. Uma das gaiolas teria sido furtada de um tio do traficante Wiler Castro da Silva, conhecido como Stala, um dos gerentes do tráfico da região.

Registros de uma câmera de segurança, às 13h39, mostram os meninos a caminho da feira — sem gaiolas. A polícia não soube dizer se os pássaros foram vendidos no caminho ou guardados em algum local. Segundo duas testemunhas, eles chegaram à feira por volta de 14h.

Os garotos voltaram para a comunidade no fim da tarde, quando foram capturados por traficantes do CV, levados para um beco e torturados, como retaliação pelo suposto furto, de acordo com a polícia. Um dos meninos morreu durante as agressões. Para tentar ocultar o crime, os criminosos resolveram matar as outras duas crianças.

A traficante Ana Paula da Rosa Costa, conhecida como Tia Paula, foi incumbida de ocultar os cadáveres. Na ocasião, ela foi até um bar e para tentar encontrar alguém que dirigisse, e questionou dois homens que bebiam no local e convocou um deles para uma “missão”. O homem foi levado para o alto da comunidade e realizou o “trabalho”.

Ainda segundo as investigações, os corpos — que até hoje não foram encontrados — devem ter sido deixados em um rio de Belford Roxo entre 18h e 20h.