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Oito denunciados pelo MPF por causa de irregularidades em obras da BR-101 viram réus

Segundo o MPF, Justiça Federal em Pernambuco acatou as denúncias contras os envolvidos. Entre eles, estão ex-dirigentes do DER.


Por g1 PE


Obras foram realizadas no chamado contorno urbano do Grande Recife da BR-101 — Foto: Reprodução/TV Globo 

Oito denunciados por irregularidades na execução e fiscalização da obra da BR-101 viraram réus. É que a Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) acatou a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) no caso que envolve as investigações da Operação Outline. Entre eles, estão ex-dirigentes do Departamento estadual de Estradas de Rodagem (DER).

Nesta segunda (6), o MPF publicou no site informações sobre o recebimento da denúncia pela Justiça Federal. A ação penal foi ajuizada em setembro deste ano pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes.


Os oito réus são apontados como responsáveis pelas irregularidades nas obras no trecho correspondente ao contorno viário da Região Metropolitana do Recife, entre os quilômetros 51,6 e 82,3).


Os crimes apontados pelo MPF na denúncia são os de peculato, corrupção ativa e passiva, bem como lavagem de dinheiro.


“As provas analisadas revelaram que o desvio de recursos em relação aos pagamentos indevidos somou R$ 60 milhões, sendo que, após a atuação dos órgãos de controle, os denunciados fizeram ajustes nas medições das obras, incluindo “valores negativos” na tentativa de dissimular os ilícitos”, informou o MPF.


Ainda de acordo com o Ministério Público Federal, o “efetivo prejuízo aos cofres públicos foi de, pelo menos, R$ 14 milhões, soma dos valores decorrentes dos pagamentos indevidos constatados na execução das obras, bem como das simulações de despesas com empresas fictícias”.


Origem


Segundo o MPF, as investigações tiveram início a partir de relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Elas foram realizadas pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal (PF), Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE/PE) e TCU.


A primeira etapa da Operação Outline ocorreu em 2019. Depois, foram realizadas outras duas fases, “para aprofundamento das investigações, em maio e novembro de 2020”.


“O MPF segue investigando outras supostas condutas criminosas relacionadas às obras da BR-101 para, se identificadas provas, buscar a responsabilização dos envolvidos”, informou o Ministério Público Federal.


O MPF aponta que houve “deficiências na fiscalização e supervisão, alterações de cronograma e adiantamento de medições, contratação indevida de serviços de conservação e recuperação, bem como pagamentos por serviços não realizados e execuções da obra com defeitos”.


Durante as investigações, o MPF informou ter descoberto a “existência de grupo criminoso composto por indivíduos que atuaram junto ao Departamento de Estradas de Rodagens de Pernambuco (DER/PE) e representantes da Construtora Andrade Guedes”.

Ainda de acordo como o MPF, ele tinha como objetivo “desviar parte dos recursos destinados à obra mediante a simulação dos boletins de medição e a consequente realização de pagamentos indevidos”.


O Ministério público Federal também relata que houve “pagamentos de vantagens pessoais por parte da construtora a servidor do DER/PE”.


No texto o MPF apontou os nomes dos acusados que viraram réus. São eles: Silvano José Queiroga de Carvalho Filho, então diretor de Operações e Construções do DER/PE e gestor do Contrato 006/2017 e a mulher dele, Priscilla Ferraz Magalhães Queiroga de Carvalho, que teria atuado como “laranja” no esquema.


Estão nessa relação também Schebna Machado de Albuquerque, ordenador de despesas do DER/PE; Júlio César Gomes da Silva, sócio-proprietário da Construtora Andrade Guedes; Fábio de Almeida Ferreira Lima, engenheiro da construtora responsável pela obra e Lúcio Max Ferreira Mota, também representante da Andrade Guedes.


Aparecem na lista, ainda, Jorge Luiz Lorena de Farias e Dinildo de Carvalho Nogueira Ferraz. Segundo o MPF, eles teriam sido usados para “ocultação de patrimônio, com a finalidade de impedir a identificação da origem ilícita dos bens”.


Obras


A obra da BR-101 foi realizada a partir de um termo de compromisso firmado, em 2012, entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o estado de Pernambuco.


Em 2017, foi formalizado contrato com consórcio de construtoras, com repasse previsto de mais de R$ 182 milhões. Cerca de R$ 125 milhões chegaram a ser liberados pela autarquia federal, em 2013.


O relatório do TCU identificou indícios da existência de suposto conluio entre funcionários públicos vinculados ao DER/PE e representantes do consórcio, com a finalidade de desvio de parte dos recursos da obra, podendo caracterizar a prática dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro.


As irregularidades também foram constatadas em auditoria e fiscalização de obras promovidas pelo TCE/PE, além de terem sido confirmadas em laudo pericial de engenharia da Polícia Federal.


Resposta


Por meio de nota, o DER disse que "a atual diretoria do órgão tem colaborado com os órgãos de fiscalização e preza pela transparência e observância da legislação em todos os seus atos administrativos".

g1 procurou a empresa Andrade Guedes e não recebeu retorno a até a última atualização desta reportagem. 

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