Em Araripina: Primeiro pronunciamento de José Muniz Ramos como Governador do Estado, ladeado por Francisco Cícero da Rosa Muniz (seu avô) e por Manoel Ramos de Barros (seu pai). Vê-se ainda: vereador Miguem Braz, o radialista Josafá Reis e o comerciante Francisco Torres
As histórias que contamos aqui e, que, muitos tantos outros já contaram e enalteceram a nossa terrinha, pode ser mais uma das ideias que matutam aqui na minha cachola com um olhar para um horizonte, pensando já no centenário da nossa querida Princesa do Sertão do Araripe.
Em conversa certo dia com um dos nossos grandes escritores, lenda viva da nossa história, Geraldo Granja Falcão, com os seus cabelos grisalhos, fala mansa e educada, o indaguei se poderia publicar em fragmentos conteúdo do seu Livro: 10 anos em 10 meses, e ele prontamente autorizou, óbvio, de forma verbal e, percebi no olhar daquele senhor que admirava os festejos do 11 de setembro se perfilando defronte ao prédio da sede da prefeitura, um saudosismo arretado e uma vontade de escrever ainda mais sobre tantas coisas boas que a nossa terra produziu.
Estamos então a fazê-lo, depois de tanto apreciar o trabalho admirável desse nosso escritor.
Primeira visita a sua terra – 23 de maio de 1982
Esta manhã marca a chegada de José Ramos à sua terra natal como Governador do Estado de Pernambuco. Uma emoção diferente, gigantesca, imortalizante, escreveu Geraldo Granja.
A recepção teria de corresponde à grandeza do momento. Primeiro, a descida do avião e o abraço de seus pais, amigos, destacando-se a presença dos três poderes: Dr. Pedro Alves Batista (Executivo), Dr. Valdemir Batista (Legislativo) e Dr. Josias Horário (Judiciário).
Na Avenida Antônio de Barros Muniz, o Governador passou em revista as tropas da Polícia Militar do Estado; ouviu a execução do Hino Nacional tocado pela Banda Musical do Batalhão de Salgueiro e a passos lentos e seguros caminhou para o palanque da Praça Padre Luiz Gonzaga Kerhle, onde hasteou o Pavilhão Nacional, ouviu os oradores e fez o primeiro pronunciamento público de caráter estritamente regional.
Fez promessas não mirabolantes, mas exigentes de tempo bem mais elástico do que o tempo ao seu alcance. Reconheceu seu compromisso telúrico, um compromisso, que nestas circunstâncias, o homem tem que fazer consigo mesmo: “Terei de fazer em dez meses o que os outros não fizeram em dez anos”.
À frente, o longo desfile organizado , com exemplar disciplina e garbosa apresentação, pelos colégios locais, havendo ajustamento de colorido, beleza, jovialidade e significação à importância do momento.
Concluído o discurso, o Governador permaneceu demoradamente na praça pública, recebendo abraços de quantos para ele se dirigiram.
De tanto fazer, apesar de todas as adversidades, vamos ser coerentes:
O Governador foi além das promessas.
Fragmento do Livro: 10 anos em 10 meses
De Geraldo Granja Falcão
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