Em meio à alta de casos, estado suspendeu férias de profissionais de saúde, mas eventos com até 3 mil pessoas foram mantidos. Promotoras pedem que estado adote medidas 'mais severas', se for o caso.
Por g1 PE
Pessoas aguardando em fila para fazer teste de Covid no Terminal Integrado de Passageiros (TIP), no Recife — Foto: Reprodução/TV Globo
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que o governo estadual reveja as atuais regras do plano de convivência e adote, se for o caso, medidas restritivas mais severas para, assim, não permitir aglomerações de pessoas e conter a disseminação da Covid-19.
Na terça-feira (1º), o estado confirmou mais 6.010 infecções e ultrapassou 700 mil casos confirmados desde o início da pandemia.
A Recomendação Conjunta nº 01/2022 foi assinada pelas promotoras de Defesa da Cidadania da Capital Helena Capela e Eleonora Marise Silva Rodrigues. Elas levaram em conta a situação sanitária do estado e o crescimento exponencial de casos, com recordes de confirmações e também de média móvel de casos.
As promotoras também consideraram que a "gravidade de uma epidemia não se mede apenas pela letalidade do vírus, mas também pelo poder de transmissibilidade da doença, sabendo-se que a variante ômicron é 5 a 10 vezes mais transmissível que a delta e a gama".
A recomendação também cita a ocorrência de aglomerações em eventos sociais, culturais e festivos em todo o estado. Atualmente, o Plano de Convivência com a Covid do governo permite a realização de eventos com até 3 mil pessoas, estando todas vacinadas.
O estado decidiu proibir férias de profissionais de saúde, o que causou reações do Sindicato dos Médicos, que considerou a medida inadmissível, e do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), que considera um "contrassenso" utilizar testes de Covid para permitir festas com 3 mil pessoas em meio a filas e aglomerações para testagem da população.
Com isso, o MPPE pediu que o estado reavalie o Plano de Convivência, "de forma a não permitir aglomeração de pessoas, sejam estabelecimentos comerciais, eventos sociais e culturais, adotando, se for o caso, medidas restritivas mais severas do que as atualmente permitidas".
As restrições deverão ser adotadas "enquanto durar o atual cenário de elevação exponencial do número de casos diários de Covid-19 e da taxa de ocupação de leitos de enfermaria e UTI no estado".
O atual plano do governo foi prorrogado até o dia 15 de fevereiro. O g1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde para saber se o governo iria acatar as recomendações e foi informado que a SES "vem monitorando diariamente a situação epidemiológica" e que tem "adotado todas as medidas sanitárias necessárias de acordo com cada momento".
A secretaria também afirmou que o estado "tem atuado com total transparência e sempre baseado nos dados e indicadores da doença, não se furtando a ampliar as medidas restritivas sempre que necessário".
Por fim, a SES também afirmou que, durante toda a pandemia, "vem mantendo o diálogo aberto com o MPPE, que também tem acompanhado todo o processo vacinal do estado".
Secretaria de Saúde divulga novo protocolo de isolamento para casos de Covid-19 em Pernambuco
Nova diretriz sugere isolamento de sete dias, mas reforça observação de sintomas para retorno às atividades
Por Portal Folha de Pernambuco
Após reunião do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação na manhã desta segunda-feira (31), a Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco (SES-PE) anunciou a atualização do protocolo estadual para o afastamento das funções e isolamento para casos positivos de Covid-19. Agora, o isolamento passa a ser de sete dias, para casos assintomáticos e sintomáticos.
Com a mudança, o retorno às atividades após isolamento é recomendado para o oitavo dia, sendo necessário, no entanto, ter pelo menos 24 horas sem sintomas.
Anteriormente, o período recomendado era de 10 dias e mais 24 horas sem sintomas, para sintomáticos, enquanto para assintomáticos, o isolamento já era de sete dias.
De acordo com a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Patrícia Ismael, a decisão do Comitê Técnico tem base nas ações adotadas em outros países e conta com aval dos especialistas membros do grupo.
“Com a mudança no protocolo estadual, Pernambuco passa a igualar os casos sintomáticos e assintomáticos. A partir de agora, os casos positivos para doença, independente da presença de sintomatologia, passam a cumprir o isolamento de 7 dias. É importante deixar todos atentos a necessidade do cumprimento desse protocolo para proteção dos contatos próximos. Para o retorno às atividades cotidianas e de trabalho, este paciente precisa contabilizar pelo menos 24 horas sem sintomas, não sendo necessário realizar novo teste”, explicou.
O médico infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Demétrius Montenegro, fez considerações durante a reunião, sobre o comportamento das variantes da doença, destacando em especial a variante Ômicron, responsável por grande parte das infecções por Covid-19 no mundo atualmente.
“Temos observado que o comportamento virológico da ômicron é mais curto, porém bastante importante, por isso precisamos estar atentos aos sinais e sintomas e a manutenção do isolamento, além do uso de máscara de forma correta”, afirmou o médico.
O Comitê também decidiu pela manutenção do afastamento de alguns profissionais de saúde, que se enquadram em grupos de risco da doença.
“Resolvemos manter as recomendações já vigentes. Os profissionais com obesidade, ou seja, com IMC acima de 40, idosos acima com 70 anos e mais, gestantes e pessoas vivendo com HIV/Aids devem permanecer afastados. Entendemos que estes trabalhadores devem ser protegidos devido às suas condições, ainda mais neste momento de aceleração da circulação da variante ômicron da Covid-19”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo.
Blog do Paixão