Presidente do país que começou um ataque contra a vizinha Ucrânia, Putin tem histórico de perseguir opositores — alguns deles, inclusive, morreram em condições nunca esclarecidas pelas investigações.
Responsável pelo ataque da Rússia na Ucrânia, Vladimir Putin disse ao mundo que nenhum outro país interferisse na ação na região. Segundo ele, a tentativa de interferência levaria a "consequências nunca antes experimentadas na história."
Por segurança, os EUA ofereceram ajuda para que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deixasse Kiev, segundo informações de fontes da agência Associated Press — mas o ucraniano recusou.
Presidente do país há mais de 20 anos, Putin tem histórico de perseguir opositores — alguns deles perderam a vida em condições nunca esclarecidas pelas investigações. Veja alguns na lista abaixo:
Alexander Litvinenko
Retrato de Alexander Litvinenko em novembro de 1998, quando integrava o serviço de segurança russo FSB — Foto: Vasily Djachkov/Reuters/Arquivo
Em 2006, o ex-espião russo foi envenenado em um hotel com uma xícara de chá na qual foi colocado polônio-210, uma substância radioativa disponível apenas em instalações nucleares. Quando foi envenenado, Litvinenko estava trabalhando para a agência de espionagem britânica MI6 e ajudava as forças de segurança espanholas no combate à máfia russa.
Boris Berezovsky
Em 2013, o bilionário e ex-aliado de Putin foi encontrado enforcado no próprio apartamento em Londres. Berezovsky, que estava exilado no Reino Unido desde 2000, era conhecido por suas críticas a Putin.
Anna Politkovskaya
Mulher põe flor em memorial à jornalista russa Anna Politkovskaya, que cobria abusos na região da Chechênia quando foi morta em seu apartamento em Moscou, foto de arquivo — Foto: Pavel Golovkin/AP
Famosa por fazer denúncias de violação de direitos humanos pela Rússia na Guerra da Chechênia, a jornalista foi assassinada com cinco tiros no prédio onde vivia em Moscou, em 2006, antes mesmo de o conflito na região separatista da Rússia chegar ao fim.
Natalia Estemirova
Pouco antes de ser encontrada morta em 2009, a ativista russa pró-direitos humanos havia denunciado uma execução arbitrária na Tchetchênia, o que desagradou as autoridades locais pró-russas. Seu corpo apresentava marcas de feridas na cabeça. Estemirova era ligada à jornalista Anna Politkovskaia, assassinada em 2006 em Moscou.
Nikolai Glushkov
Nikolai Glushkov, exilado russo em Londres, em foto de 2000 — Foto: Pavel Smertin/Kommersant Photo via AP, file
Em 2018, um exilado russo parceiro de negócios do oligarca e opositor do Kremlin Boris Berezovski foi encontrado morto perto de Londres em circunstâncias inexplicadas. Ele estava exilado no Reino Unido desde 2010 e seu corpo tinha sinais de estrangulamento.
Alexei Navalny
Alexei Navalny antes de audiência sobre a sua prisão em 20 de fevereiro de 2021 em um tribunal de Moscou — Foto: Maxim Shemetov/Reuters
Um dos principais opositores de Putin da atualidade, o advogado está preso desde janeiro de 2021 na Rússia. Ele acusa o governo russo de um envenenamento que o deixou em coma. Na época, Navalny chegou a ser hospitalizado na Rússia, mas foi transferido a Berlim, onde fez tratamento. Ao voltar para a Rússia, ele foi detido sob alegação de ter violado as condições de uma pena de prisão suspensa em 2014.
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