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'Seguir adiante para que a Justiça seja feita', diz mãe de estudante roubado e morto a tiros após saber de prisão de suspeito pelo crime

Clarice Silva, mãe de Renan Loureiro, postou mensagem em vídeo na rede social depois que Acxel Peres se entregou na sexta (29) à polícia de São Paulo. Ele é suspeito de se disfarçar de entregador e de roubar e matar o filho dela na segunda (25). Crime foi gravado por câmeras de segurança.

Por Kleber Tomaz e Larissa Calderari, g1 SP e TV Globo — São Paulo

Clarice Silva e o filho Renan Silva Loureiro (à esquerda). Ao lado, foto de Acxel Gabriel de Holanda Peres, suspeito de roubar e matar o estudante de 20 anos — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Clarice Silva agradece polícia por prender o suspeito de matar o filho dela em SP (VEJA VÍDEO AQUI)

"Agora a gente vai seguir adiante para que a Justiça seja feita", afirmou nesta sexta-feira (29) a social media Clarice Silva, mãe de Renan Silva Loureiro, sobre a prisão do motociclista suspeito de roubar e matar seu filho a tiros na Zona Sul de São Paulo. O crime ocorreu na última segunda-feira (25) e foi gravado por câmeras de segurança.

A declaração acima foi feita por Clarice em um vídeo postado em sua conta no Instagram após o motoqueiro Acxel Gabriel de Holanda Peres se entregar à Polícia Civil e ser levado ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Zona Norte da capital. Ele se apresentou um dia depois de a Justiça decretar a sua prisão temporária por 30 dias.

"Eu vim aqui para agradecer todo apoio que tenho tido da família, dos amigos, das pessoas que não me conhecem, mas têm mandado mensagens aqui todos os dias, palavras de carinho, de conforto", diz Clarice na gravação. "E agradecer agora, hoje, especialmente a toda equipe do Deic que se empenhou para identificar e prender esse assassino. O assassino de meu filho. O primeiro passo foi dado por eles."

Clarice tem 42 anos e outro filho mais novo. Renan tinha 20 anos e morava com a mãe e o irmão. O jovem cursava faculdade de administração de empresas e trabalhava numa rede de cafeteria. Três dias antes de ser assassinado, ele havia sido padrinho de casamento de uma de suas tias.

Acxel tem 23 anos e outras dez passagens criminais por roubo e receptação de produtos roubados. Segundo a polícia, ele tinha 12 anos quando foi detido pela primeira vez.

"Desde ontem [quinta-feira, 28] que eu falei com ele, e ele disse que ia se apresentar. Ele está com medo", disse a advogada Maria Ligia Jannuzzi aos jornalistas antes de ele se entregar.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Acxel algemado e conversando com policiais civis dentro do Deic. Ao g1, o delegado-geral da Polícia Civil do estado, Osvaldo Nico Gonçalves, confirmou a gravação, mas disse que não sabia que ela tinha sido feita. Ele ainda afirmou que a filmagem mostra um trecho da confissão de Acxel. O motoqueiro deve ser indiciado por latrocínio, que é o roubo seguido de morte.

Clarice afirmou, em entrevista ao g1, que quer que o culpado pela morte do filho cumpra a pena. "Quero que ele [o assaltante que matou Renan] viva para cumprir a pena dele. Meu filho e outras vítimas não podem ser mais estatística. Que seja preso, julgado e condenado!"

O criminoso, que usava capacete, mochila e estava disfarçado como entregador, fugiu de moto levando o celular da namorada do rapaz.

Novas imagens mostram assalto que terminou com rapaz de 20 anos morto na Zona Sul de SP (VEJA VÍDEO AQUI)

O caso repercutiu nas redes sociais depois que câmeras registraram o momento em que o assaltante atira para o alto e Renan se ajoelha dizendo: "Eu não tenho nada".

O jovem se levanta em seguida, quando o criminoso aponta a arma para a namorada dele. Depois é baleado quatro vezes pelo bandido. Um dos tiros atinge sua cabeça e Renan cai morto na Rua Freire Farto. "Socorro", grita a garota, de 19 anos, no vídeo. Ela não se feriu.

Policiais analisaram câmeras de segurança que gravaram a placa da moto. Com isso, identificaram Acxel. Os agentes foram até a casa do suspeito, onde encontraram uma jaqueta, uma mochila e um revólver, que passarão por perícia (veja abaixo). A investigação quer saber se a arma apreendida foi a mesma usada para matar Renan.

Em depoimento à polícia, a namorada da vítima reconheceu parcialmente Acxel como o homem que abordou ela e Renan. Segundo a investigação, a jovem contou que identificou os olhos do atirador como os mesmos da foto do suspeito. Além disso, falou que o revólver apreendido foi o mesmo usado pelo bandido.


Mochila de entrega e revólver encontrados na casa de suspeito de matar jovem em assalto, segundo a polícia — Foto: Polícia Civil/divulgação

Segundo as irmãs Camila e Carolina Garcia da Silva, na última vez que viram o estudante, ele estava feliz por cursar faculdade de administração de empresas na Unip e trabalhar numa das unidades da Starbucks. O rapaz havia sido padrinho de casamento de Carolina, na última sexta-feira (22).


Renan Silva Loureiro (à esquerda) foi padrinho de casamento da tia Carolina Garcia da Silva (de branco) com o noivo Alessandro Rocha. Clarice Silva (de verde), mãe de Renan, foi a madrinha do casal ao lado do filho. Casamento ocorreu três dias antes de jovem ser morto num assalto em São Paulo — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Repercussão

A morte de Renan também abriu o debate entre políticos, policiais e empresas de aplicativos sobre a implantação de medidas para tentar coibir a ação de assaltantes em motos que usam mochilas térmicas como disfarce para cometer crimes.

O aumento nos crimes cometidos por falsos entregadores fez com que a a Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) procurasse a Secretaria da Segurança Pública em março para relatar o uso indevido das mochilas de aplicativo por criminosos disfarçados.

O número de roubos, furtos e homicídios cresceu no estado de São Paulo no mês de março, em comparação com o mesmo período de 2021, segundo os dados mensais da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Filho defendeu namorada, diz mãe

Clarice Silva, mãe de Renan, usou sua rede social para escrever sobre o filho assassinado durante um assalto em São Paulo — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

"Quando alguém sai com uma arma para roubar está disposto a tudo, e meu meu filho ajoelhado pedindo por favor, com as mãos para cima", afirmou a mãe de Renan sobre o criminoso que matou seu filho.

"Vi várias vezes os vídeos porque queria entender o que aconteceu. Fico triste quando as pessoas querem colocar a culpa na vítima que reagiu. Quero reforçar que ninguém deve reagir. O bandido apontou a arma para a namorada de Renan, ele foi defendê-la e acabou baleado", disse Clarice.

Renan morava com a mãe e o irmão mais novo. Foi o padrasto do jovem quem reconheceu o corpo do enteado. Ele aparece chorando em vídeo gravado pela TV Globo (veja abaixo).

O jovem que teve seus sonhos interrompidos por um criminoso acabou enterrado num cemitério na Lapa. Cerca de 250 pessoas acompanharam o cortejo.


Cerca de 250 pessoas participaram do cortejo a Renan Silva Loureiro no cemitério da Lapa, em São Paulo — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

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