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História de Araripina: O que sabemos da Igrejinha que foi demolida?

As pautas que dissertamos aqui e que estão na página “História de Araripina” são sempre registros fotográficos que recebemos de presente para assim, muitas vezes do nosso modo, dar um toque especial e transformar em algo ainda mais atraente para os nossos leitores e que gostam, óbvio, de história.


O nosso presente que despertou em nós uma curiosidade ainda mais vibrante, tem uma fidelidade histórica do nosso escritor e poeta Francisco Muniz Arraes, que descreveu o seu descontentamento em forma de prosas (veja no final da matéria) do que ele considerou uma tragédia: a demolição da Antiga Igrejinha de São Gonçalo, construída pelo Pe. Ibiapina, em 1871. O padre resolveu edificar na Fazenda São Gonçalo uma capela e um cemitério. A capela provavelmente foi inaugurada no dia 08 de dezembro daquele ano, pois lhe foi dado o patrocínio de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Paróquia. A capela era cuidada com muito zelo. Praticava-se uma religião de piedade, com fervor e devoção.

Pe. Ibiapina, que ao construir a capelinha e o cemitério, em 1871, profetizou, segundo a tradição, que para ali viria um padre alemão e ergueria uma catedral.

A construção das casas nas cercanias da capela deu lugar ao surgimento do povoado e para lá acorriam pessoas e famílias das mais diversas providências. O Pe. Francisco Pedro, de Ouricuri, duas ou três vezes por ano, vinha celebrar missa na capela e administrar os sacramentos, acontecimento sempre muito concorrido. No ano de 1882, ali era batizado Procópio José Modesto, 11º filho do Cel. Victor José Modesto, morador na Fazenda Alagoinha, nas proximidades do Povoado.

No ano de 1920, Chico Cícero e Joaquim Modesto procederam uma reforma na Capela, ampliando-a, na largura e cumprimento, para 45 e 100 palmos respectivamente. A obra consumiu a importância de dois contos e quatrocentos mil réis, segundo o depoimento de Chico Cícero.

O Padre foi instalar-se em sua residência, a casa paroquial, localizada no centro da Vila, na atual Rua Severo Cordeiro dos Santos, na qual morou depois muitos anos, Totonho Granja.

Em 1923, chegou a São Gonçalo Pe. Luiz Gonzaga Kehrle.

No dia 23 de junho, Pe. Luiz fazia o primeiro batizado, como Vigário de São Gonçalo, da criança Elvira, nascida no dia 09 de Junho de 1923, filha de Francisco Veríssimo da Silva e Maria Josefa da Conceição. No dia 30 do mesmo mês, era realizado o primeiro casamento celebrado por Pe. Luiz na sua nova paróquia. Casaram-se Antônio Joaquim do Nascimento e Ana Maria Conceição, ambos viúvos.

Com a chegada de Pe. Luiz, os ofícios religiosos na capela de São Gonçalo passaram a ser realizados com regularidade: missa pela manhã, nos dias de semana, e, aos domingos, a missa das 7 e das 9; à noite, o terço, diariamente e as novenas dos santos mais festejados.

Pe. Luiz, jovem, inteligente, determinado, dinâmico e operoso, logo conquistou a simpatia e a confiança de seus paroquianos. Integrou-se na comunidade e passou a exercer liderança. Sem perder a postura sacerdotal, não desprezou o sentido social de sua missão evangélica e fez um trabalho apostólico exemplar. Melhorou a pequena matriz, aparelhando-a com as alfaias e os vasos sagrados, necessários às celebrações dos atos religiosos.

A Igrejinha de São Gonçalo, construída pelo Pe. Ibiapina em 1871, foi destruída na administração de Raimundo Batista de Lima (Dosa) que foi prefeito de Araripina de 1969 a 1973.



Ah! Igrejinha! Que saudade!

Igreja sem campanário,
Sem adornos de beleza.
Toda ela singeleza,
Com Jesus no seu sacrário.
Só chegou ao centenário!
Esquecendo seu passado.
As mãos frias de um malvado
Derrubaram a Igrejinha
E tudo que tinha nela
Com tanto gosto criado.


Foi um crime praticado em nome do progresso e


Sei que não terá perdão
Para crime tão infame,
Nem que todo céu conclame
Em favor desse vilão,
Que chamou a maldição
Do Santo Padre Luiz
Que erguida sempre a quis
E do Padre Ibiapina
Que ornou Araripina
Com a pequena matriz


Nem que ali se faça substituirá a grandeza daquele templo, simples, modesto, pelo que representava de tradição e história.

Ali muitos se casaram.
Fizeram jura solene
De afeto e amor perene,
Diante de Deus rezaram
E jamais imaginaram,
Que ideia tão mesquinha
De fazer uma pracinha,
Olvidando a tradição
Ferindo a religião
Destruísse a Igrejinha


Foi mudado o seu destino:


Aos invés da Igrejinha
Hoje, ali, é uma pracinha,
Cometeram o desatino
Calando seu rouco sino
O lugar santo e sagrado
Transformaram e é usado,
Não mais para devoções
Penitências e orações.
Mas só pra fazer pecado


Versos de Francisco Muniz Arraes
Maio de 1986




Queremos aqui deixar um abraço especial ao nosso colaborador e leitor assíduo, Francisco de Assis, irmão de Maria de Ló (figura conhecida e querida de todos os araripinenses), que mora em Parnaíba, litoral do Piauí e sempre colabore com os seus conhecimentos acrescentando sempre algo para incrementar a história da nossa terrinha.

Muito Obrigado, Francisco!!!

Você é muito especial para o editor deste.

Na nossa próxima pauta traremos um pouco da História da Nossa Majestosa Igreja Matriz que completará neste ano, 80 anos de sua obra concluída. Um grande legado para a comunidade católica de Araripina.

Fonte: Livro - Araripina, História, Fatos e Reminiscências de Francisco Muniz Arraes

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