Opinião: O xeque mate da disputa política em Pernambuco

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a primeira pesquisa realizada para a disputa ao governo de Pernambuco, feita pelo Instituto Opinião, o cenário mostrava Raquel Lyra (PSDB) liderando com 18,4%, Miguel Coelho (União Brasil) com 10,2%, Anderson Ferreira (PL) com 6,5% e Danildo Cabral (PSB) com 4,8%. 

A pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA – divulgada na quinta-feira (9/6) traz Marília Arraes (PT) em primeiro lugar com 24%, seguida de Raquel Lyra (PSDB) 18%; Miguel Coelho (União Brasil) e Anderson Ferreira (PL) ambos com 12% e Danilo Cabral (PSB) com 8%, crescendo então em comparação com a primeira pesquisa: 3,2%. 

Já dissertei aqui, como um articulista invisível, que ainda é muita cedo para comemorar uma possível derrocada da Frente Popular em Pernambuco. Primeiro: o ex-presidente Lula já sinalizou que apoia Cabral em acordo firmado formando uma federalização entre os partidos e, se, nas coxias partidárias, existem rumores fortes que Marília Arraes é a favorita do ex-sindicalista, quando começarem realmente as formações de palanque no Estado, é que veremos a quantas anda a temperatura dessa dicotomia partidária. 

Segundo: Dizem as más línguas e os experts da política no Estado que a toda poderosa a “Caporegime” da Frente Popular de Pernambuco, Renata Campos, não acredita na vitória do pré-candidato Cabral, que é hora de dar um passo para trás e depois dar dois passos para frente, óbvio, com o nome de João Campos já pensando no futuro. Eu não acredito nessa possibilidade, porque de qualquer jeito, a mandatária do Estado, controla qualquer situação no comando da Hierarquia do Partido e dos seus aliados, e a intenção não é deixar a corda arrebentar ou quebrar a hegemonia da poderosa Capitania Hereditária, que já está próxima de completar 20 anos no poder nas Terras dos Altos Coqueiros. O Palácio do Campo das Princesas é a Casa da Dinda e da Dinastia Campos, eles não vão entregar de bandeja o trono, principalmente a um desafeto. Se é que Marília pode ser considerada assim, eu não confio e nem acredito que ela seja a mudança que desejamos em Pernambuco. Para mim, é tudo do mesmo saco. As máquinas, as engrenagens da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado que sempre foram eficazes para manter os “Campos” no controle de tudo, vai continuar trabalhando para eleger Danilo Cabral e ele é só um elo para permanência no poder dos socialistas, descartá-lo (num futuro próximo) para ser substituído por alguém do carisma e da proximidade com Renata Campos, é num estalar de dedos. 

Então, porque acreditar que será dado um passo atrás, quando tudo já começa a se mover no sentido de garantir a vitória do candidato da Frente Popular, digo, de Renata Campos. 

E se Marília Arraes, porventura ganhar as eleições deste ano, tudo se fará para comer no mesmo cocho e a aproximação dela com Lula e parte do PT que comanda o partido em Pernambuco, será o divisor de águas para que isso aconteça. Já vi esse filme várias vezes e não adianta alguém dizer que isso é impossível de acontecer. Em “política” tudo ´pode na arte de somar. 

E volto a frisar as disputas em que o próprio Eduardo Campos (PSB) em 2006 ficava sempre nas pesquisas atrás do então governador Mendonça Filho (PFL) e do ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) e venceu as eleições obtendo 65,36% dos votos; em 2014 Paulo Câmara também saiu atrás (em 2014 Armando Monteiro (PTB) tinha 47% e Câmara (PSB) 13%) e em 2014 a tragédia com a morte de Campos, transformou o atual governador em uma espécie de troféu de consolação. Já em 2018, ele tinha dificuldades de se reeleger e mantinha uma acirrada disputa com Monteiro e um empurrãozinho do PT com apoio de Lula, Câmara consegue a façanha no primeiro turno, quando obteve 50,70% dos votos. 

É só um filme para entender o quanto o jogo ainda não foi jogado, e o quanto ainda tem de tramas diabólicas – peças chaves da Frente Popular – para ser articulado e colocado no campo das disputas. As peças principais do Jogo de Xadrez Político em Pernambuco, por enquanto ainda é manobrado por Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB), mas quem adora um xeque mate é Renata Campos. E essa jogada e peça principal em Pernambuco tem nome e sobrenome: Lula da Silva.