Após audiência de custódia, nesta terça (19), em Nazaré da Mata, Thallys Medeiros da Cunha, de 23 anos, seguiu para a Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, em Limoeiro, no Agreste.
Por g1 PE
Homem suspeito de envolvimento na morte dos pais e da irmã, em Nazaré da Mata — Foto: Reprodução/TV Globo
A Justiça de Pernambuco decretou, nesta terça (19), a prisão preventiva de Thallys Manoel Medeiros da Cunha, após audiência de custódia no polo de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte. O rapaz, de 23 anos, foi preso, na segunda (18), por envolvimento na morte do pai, da mãe e da irmã. Os corpos deles estavam carbonizados em um carro também destruído pelo fogo, na zona rural do município.
Por meio de nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Após a decisão na audiência de custódia, Thallys seguiu para a Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, em Limoeiro, no Agreste.
Os parentes de Thallys foram mortos dentro de casa, no bairro do Cajá, em Carpina, também na Zona da Mata Norte do estado. São eles: Marcilene Maria Medeiros da Cunha, de 56 anos, Manoel Ferreira da Cunha, de 49 anos, e Thaynara Emanuelly Medeiros da Cunha, de 18 anos.
O delegado Pedro Leite, que investiga o caso, relatou à equipe da TV Globo as informações repassadas por Thallys.
Sem gravar entrevista, o policial informou que o rapaz teria dito que contratou criminosos para assaltarem a própria casa e, assim, ficar com parte do que fosse roubado.
Polícia e, de preto, suspeito de ter mandado assaltarem pais e irmã no local em que corpos das vítimas foram achados, em Nazaré da Mata — Foto: Reprodução/WhatsApp
Outra linha de investigação é de que o próprio Thallys teria matado os pais e a irmã. Os três sumiram no fim de semana.
Na segunda-feira (18), agricultores encontraram uma carcaça de carro queimada, dentro de uma vala numa estrada vicinal. Thallys esteve no local e o comportamento dele chamou a atenção da polícia.
Carro queimado foi achado com corpos carbonizados dentro, em Nazaré da Mata, em Pernambuco — Foto: Reprodução/WhatsApp
De acordo com informações extraoficiais, policiais que investigavam o caso encontraram lençóis e objetos manchados de sangue na casa da família.
Segundo testemunhas, Thallys teria arquitetado uma investida contra a família para pagar dívidas com agiotas. A Polícia Civil, no entanto, ainda não se manifestou sobre essa possível motivação.
Casa da família que foi encontrada morta e carbonizada em Nazaré da Mata — Foto: Juliana Nascimento/TV Globo
De acordo com uma das hipóteses, quatro ou cinco homens teriam participado do assalto à casa da família. A Polícia Civil não divulgou se algum deles foi identificado ou preso nem se essa tese foi descartada.
O advogado de Thallys, Cleivison Bezerra, informou que não tece acesso ao inquérito policial. Por isso, não seria possível, nesta terça, dizer qual será a estratégia traçada para fazer a defesa do cliente.
Sobre a declarações de Thallys para a polícia, o advogado afirmou que ele "apenas falou que tinha um débito um agiota de R$ 2.400 e tinha falado com uma pessoa para tentar resolver essa questão, para arrumar algum dinheiro para pagar. Ele não estava sendo ameaçado pelo agiota", afirmou.
Decisão
Na decisão, o juiz Marcelo Marques Cabral, do polo de Nazaré da Mata, descreveu as circunstâncias da prisão em flagrante, a partir dos relatos de Thallys e de testemunhas.
De acordo com o texto da conversão da prisão em flagrante e preventiva, o tio de Thallys autorizou a entrada dos agentes da polícia na residência dos pais do jovem, onde ele estava.
Ainda segundo as informações contidas no documento, o rapaz “não soube explicar por qual motivo existiam várias marcas de sangue pela casa e nas roupas e lençóis queimados, como forma de ocultar o crime, momento em que o suspeito confessou o fato e foi preso em flagrante delito”.
Além disso, o magistrado escreveu que há “prova da materialidade do delito e os indícios suficientes de autoria pressupostos para a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva”.
Ainda de acordo com o juiz, o crime é doloso, punido, com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos. O magistrado disse, ainda, que a ausência de antecedentes criminais não amenizaria a punição para Thallys.
“O crime foi com violência extrema contra a pessoa humana, aliás, contra os dois ascendentes e uma irmã do ora autuado, o que não pode ser minimizado neste momento.”
Perícias
Perícia realizada em casa onde morava casal e filha que foram mortos em Carpina — Foto: Juliana Nascimento/TV Globo
As primeiras perícias foram realizadas logo depois de o carro ser encontrado com os corpos dentro, na segunda (18). A polícia chegou aos nomes da vítimas a partir da placa do veículo, que estava no nome da mãe do jovem.
O delegado Pedro Leite ficou surpreso com o comportamento de Thallys, diante da cena. Os policiais e peritos foram até a casa da família e encontraram sangue em roupas e lençóis.
Thallys passou a noite da delegacia de Nazaré da Mata. Ele foi autuado por latrocínio, que é roubo seguido de morte.
Suspeito de assaltar e matar pais e irmã é levado para audiência
Na manhã desta terça, Thallys seguiu para a audiência de custódia. Depois da decisão do juiz, foi levado para a penitenciária.
No início da tarde desta terça, policiais e peritos voltaram à casa da família. Ele pretendiam fazer a segunda vistoria na residência. A meta era coletar impressões digitais e outros elementos para confirmar a autoria do triplo homicídio.
O objetivo é tentar saber quantas pessoas participaram do crime e quem seriam elas. A polícia informou que não poderia dizer quanto tempo levaria para coletar as digitais e recolher possíveis pistas
Blog do Paixão