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Monitor da Violência: na contramão do país, PE tem aumento de assassinatos no 1º semestre e maior alta do NE

Estado teve mais de 10% de aumento na comparação de janeiro e junho de 2021 e 2022. Ferramenta criada pelo g1 acompanha os assassinatos mês a mês.

Por Priscilla Aguiar, g1 PE


Imagem de arquivo de local onde ocorreu assassinato em Petrolina, no Sertão de Pernambuco — Foto: Rodrigo Araújo/TV Grande Rio

O número de assassinatos em Pernambuco registou alta de 10,7% no primeiro semestre de 2022, segundo o índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

O aumento colocou o estado entre os sete que, na contramão do país, tiveram mais mortes violentas no período em comparação com o primeiro semestre de 2021. Além disso, foi a maior alta no Nordeste no período.

Em 2021, no primeiro semestre, ocorreram 1.679 crimes contra a vida no estado. Já em 2022, em números absolutos, Pernambuco teve 1.854 assassinatos no mesmo período. Este tipo de delito é registrado pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) como Crime Violento Letal Intencional (CVLI).

O aumento registrado no estado também vai no sentido contrário do que ocorreu no Nordeste, que teve uma queda de 5% no número de assassinatos.

Foram 9.160 homicídios no primeiro semestre de 2022 na região, enquanto no mesmo período de 2021 ocorreram 9.609 mortes violentas. Quatro estados tiveram alta: Pernambuco (10%), Paraíba (8%), Piauí (7%) e Alagoas (8%).

Estão contabilizadas no número as vítimas dos seguintes crimes:

  • · homicídios dolosos (incluindo os feminicídios)

  • · latrocínios (roubos seguidos de morte)

  • · lesões corporais seguidas de morte

De acordo com o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Humberto Freire, os crimes ligados ao tráfico de drogas têm relação com o aumento do índice de mortes violentas no estado.

"Tinham áreas com 65%, 60% dos homicídios motivados por tráfico em 2021 e, neste momento, temos áreas com 90% dos homicídios motivados por tráfico. O principal motivo é a rivalidade entre grupos criminosos que se dedicam ao tráfico. A maioria [das mortes] está vinculada a uma atividade criminal dos autores e da vítima", declarou.

Segundo Humberto Freire, a alta do índice de assassinatos no primeiro semestre de 2022 em comparação com 2021 também tem relação com o número deste tipo de crime registrado no ano passado.

Ele disse que no ano de 2021 foi registrada em Pernambuco a menor taxa de homicídios registrada desde que esses delitos passaram integrar as estatísticas no estado.

"A gente sabia que esse ano seria desafiador. Então começamos o ano com o objetivo de alcançar a segunda menor taxa", afirmou.

O gestor também disse que, após ser identificado o aumento dos crimes, durante as reuniões do Pacto Pela Vida, foram implementadas estratégias e que elas começaram a dar resultado.

"Nesse mesmo semestre em que houve aquecimento, mais de 1.600 novos policiais foram contratados. Em julho, a gente teve uma redução na casa de 7% e em agosto devemos alcançar mais uma redução. A gente viu isso acontecer, implementou estratégias e já colhe resultados. Pernambuco não faz maquiagem de números. A gente prima por ter o dado e fornecer o dado, seja ele qual for", disse.

Redução no Brasil

No Brasil, foram 20,1 mil assassinatos nos primeiros seis meses deste ano, o que representa uma queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar da diminuição, o número continua elevado: em média, mais de 111 brasileiros foram assassinados por dia no primeiro semestre de 2022.

O levantamento, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo especialistas do FBSP e do NEV-USP, o menor número de mortes violentas no país é motivado por um conjunto de fatores, incluindo:

  • · mudanças na dinâmica do mercado de drogas brasileiro;

  • · maior controle e influência dos governos sobre os criminosos;

  • · apaziguamento de conflitos entre facções;

  • · políticas públicas de segurança e sociais;

  • · redução do número de jovens na população.

Mesmo com os aumentos pontuais de violência em alguns estados, a queda no primeiro trimestre de 2022 aponta que o país está seguindo a mesma tendência nacional de 2021, quando o Brasil registrou uma baixa de 7% nos assassinatos.

Índice nacional de homicídios

Jornalistas do g1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O governo federal anunciou a criação de um sistema similar ainda na gestão do ex-ministro Sergio Moro. Mas os dados não estão tão atualizados quanto os da ferramenta do g1.

Os dados coletados mês a mês pelo g1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço fechado do ano de 2021 foi publicado em maio.

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