Dos nove derrotados, cinco disseram que 'avaliam' palanque e um diz que vai votar nulo. Até esta terça (4), Marília e Raquel têm um apoio garantido, cada uma.
Por g1 PE
Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) participaram da série de entrevistas do g1 — Foto: Reprodução/g1
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ois dias após a
definição de uma disputa
inédita para o governo de Pernambuco entre duas mulheres, Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel
Lyra (PSDB)
ainda não sabem se contarão com apoio dos candidatos derrotados no primeiro
turno. A maioria deles ainda não definiu para qual palanque vai na rodada
decisiva de votos, no dia 30 de outubro.
Nesta terça (4), o g1 ouviu os nove candidatos derrotados para o governo do estado para saber como serão os apoios para o segundo turno em Pernambuco. Eles também apontaram como será o posicionamento na disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Cinco deles disseram que “ainda avaliam a situação”. Um já apontou o posicionamento, ainda no domingo (2), e disse que ficará com Raquel Lyra. Outro definiu que vai subir no palanque de Marília Arraes.
Um candidato derrotado disse que pretende apoiar Raquel Lyra, mas que “seria preciso falar com ela”. Uma das derrotadas afirmou que não "vai apoiar ninguém” e que “vai votar nulo”.
Confira as respostas de cada candidato derrotado no primeiro turno para o governo de Pernambuco, conforme a ordem alfabética dos nomes deles. No final da reportagem, há uma contextualização sobre essa movimentação.
Anderson Ferreira (PL)
A assessoria dele afirmou que Anderson está “avaliando os apoios para o segundo turno”. Também não deu previsão de quando vai fazer o anúncio. Na eleição nacional, Anderson Ferreira fica com Jair Bolsonaro.
Cláudia Ribeiro (PSTU)
A assessoria de Cláudia declarou que ela não vai apoiar ninguém no segundo turno e “vai votar nulo”. Com relação à campanha nacional, o PSTU diz que a meta é “derrotar Bolsonaro” e que vai dar “voto crítico ao PT”.
Candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral, fez campanha em Jaboatão, nesta sexta (30) — Foto: Reprodução/TV Globo
A assessoria de Danilo Cabral afirmou que “o apoio ainda não foi definido”. Disse, ainda, que integrantes da campanha “estão fazendo conversas essa semana”. Nacionalmente, Danilo apoia Lula.
Por meio de nota, divulgada nesta terça (4), Jadilson Bombeiro declarou que vai apoiar Marília Arraes. Sobre o palanque nacional, o partido ainda não se posicionou.
A assessoria de João Arnaldo afirmou que "o apoio será definido até o fim de semana”, com a Rede, com quem o PSOL mantém uma federação. Nacionalmente, ele apoia Lula.
A assessoria de Jones Manoel afirmou que “a decisão sai ainda esta semana”. Nacionalmente, o PCB emitiu nota declarando apoio em Lula.
Ainda no domingo (2), após a apuração, Miguel Coelho disse que vai “apoiar Raquel Lyra". Sobre o apoio na disputa nacional, a assessoria contou que “ainda não há definição do partido”.
A assessoria de Ubiracy afirmou que “pode definir o apoio ao governo local na quarta (5)”. Na campanha nacional, ele apoia Lula. Ubiracy Olímpio teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral em Pernambuco.
Pastor Wellington (PTB) disputou as eleições para o governo de Pernambuco — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
A assessoria de comunicação do Pastor Wellington disse que “a tendência é apoiar Raquel, mas precisa conversar com ela”. Nacionalmente, ele afirmou que "o foco é a reeleição do presidente Jair Bolsonaro".
Contextualização
Lula (PT) e Bolsonaro (PL) disputam o segundo turno — Foto: Andre Penner/AP; Gabriel Bastos Mello/Onzex Press e Imagens/Estadão Conteúdo
No primeiro turno, Marília Arraes venceu a corrida para o governo de Pernambuco e teve 1.175.651 votos válidos (23,8%). Ex-filiada ao PT, Marília fez campanha para Lula (PT), que venceu o primeiro turno nacional com 57 milhões de votos válidos (48,4%).
O líder petista, no entanto, deu apoio, oficialmente, a Danilo Cabral (PSB), que ficou em quarto lugar em Pernambuco, com 885.994 votos (18,06%).
Raquel Lyra, segunda colocada no primeiro turno para o governo do estado, com 1.009.556 votos (20,58%), optou por evitar o discurso “nacionalizado". Em nenhum momento, ela trouxe para o palanque local nem Lula nem Jair Bolsonaro (PL), que teve 51 milhões de votos válidos (43,20%) e ficou em segundo lugar na disputa nacional.
Na teoria, a coligação de Raquel, que conta com Cidadania e MDB, daria apoio a Simone Tebet (MDB), terceira colocada no plano nacional. A senadora ficou com 4,9 milhões de votos válidos (4,16%).
O presidente da República, que tenta a reeleição, deu apoio "ostensivo” ao candidato do seu partido em Pernambuco, Anderson Ferreira, terceiro colocado no primeiro turno com 890.220 votos (18,15%).
No passado, Marília, Raquel, Anderson, Miguel e Danilo fizeram parte da Frente Popular de Pernambuco, liderada pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB), que morreu em um acidente aéreo, em 2014.
Aos poucos, esse grupo foi se dividindo, o que resultou em uma eleição muito disputada no primeiro turno. Em Pernambuco, desde 2006, não havia segundo turno.
Em 2020, na campanha para a prefeitura do Recife, na qual perdeu para João Campos (PSB), Marília Arraes teve apoio de Anderson Ferreira, que se reelegeu prefeito de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana.
Essa também é a primeira vez em que duas mulheres lideram chapas nessa fase da disputa em Pernambuco. A vitória de uma delas dará ao estado a primeira governadora da história.
Veja resultado do primeiro turno da eleição para o governo de PE
- Marília Arraes (Solidariedade): 23,97% (1.175.651 votos);
- Raquel Lyra (PSDB): 20,58% (1.009.556 votos);
- Anderson Ferreira (PL): 18,15% (890.220 votos);
- Danilo Cabral (PSB): 18,06% (885.994 votos);
- Miguel Coelho (União Brasil): 18,04% (884.941 votos);
- Jones Manoel (PCB): 0,69% (33.931 votos);
- João Arnaldo (PSOL): 0,26% (12.558 votos);
- Pastor Wellington (PTB): 0,16% (8.020 votos);
- Jadilson Bombeiro (PMB): 0,05% (2.435 votos);
- Claudia Ribeiro (PSTU): 0,04% (1.745 votos).
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