D |
etesto rótulos de quaisquer espécies, principalmente
políticos. Não sou de centro, direita ou de esquerda. Sou o Ricardo e pronto!
Penso o que penso, não porque algum partido ou político pensam, mas porque
criei, ao longo da minha existência, convicções. Meu caráter foi moldado pela
vida, e não serão posições e comportamentos político-sociais, mais novos que
minha filha de 16 anos, que irão alterar o rumo da minha prosa.
Como empresário, há décadas, e antes disso, representante
de uma gigante multinacional alemã, aprendi, desde cedo (meu primeiro emprego
foi em banco), que a iniciativa privada é pai, mãe, avô e avó, senão bisavô e
bisavó, do progresso social e econômico de uma sociedade.
Ao mesmo tempo, por causa da minha ligação com causas
sociais (mérito da generosidade da minha mãe, que me ensinou a importância da
caridade), sempre reconheci a importância do Estado nessa equação. Sou dos que
pensam que Estado não tem de ter tamanho (grande ou pequeno); tem de ter função
e produtividade, simples assim.
Quando o Novo surgiu, apesar de nunca ter me filiado ou
militado no partido, sempre me identifiquei com seu posicionamento geral e
sempre apoiei os candidatos que conheci e que representavam minhas maiores
convicções. Destaco, especialmente, a deputada Laura Serrano, e o recém-eleito
vice-governador Mateus Simões.
Em 2018, torci muito por João Amoêdo, e votei
no atual governador de Minas, que acaba de ser reeleito, novamente com meu
voto, Romeu Zema. “Ah, Ricardo, então você é Novo Futebol Clube”? Uma ova! Sou
Clube Atlético Mineiro, aí sim, incondicionalmente, uma vez até morrer.
Lamento muito a desintegração do partido. A ruidosa saída
de Amoêdo culminou, a meu ver, na indicação de Luiz Felipe D’Ávila como
candidato à Presidência. Bem, a despeito da capacidade técnica (excepcional) e
experiência profissional (melhor ainda) do moço, sua capacidade de comunicação,
carisma e conexão com o povo conseguem ser ainda menores que a do Chuchu, e
quem conhece a trajetória de ambos – Felipe e Alckmin – compreende o porquê da
comparação. A foto abaixo ilustra perfeitamente meu ponto de vista a respeito
do candidato que teve 0.50% dos votos válidos nesta eleição.
A tragédia eleitoral do Novo, submergida das urnas
domingo passado, só não foi maior por conta da reeleição de Romeu Zema. O
partido fez, em todo o País, três deputados federais e cinco estaduais, e só!
Não é segredo para ninguém as aspirações do nosso Chico Bento. E é natural e
legítimo que seja assim. Vamos lembrar que este moço não é apenas um “Puta” (o
P maiúsculo é de propósito) empresário de sucesso (conseguido sem benesses do
setor público, ao contrário, a despeito do setor público), mas governador do
terceiro maior estado (PIB) e segundo maior colégio eleitoral da Federação, e
teve retumbante sucesso eleitoral na segunda maior região metropolitana do
País.
Dentre tais aspirações políticas, entre outras, a
principal é ser Presidente da República. Ou ao menos tentar sê-lo, em 2026. Daí
o título desta coluna. Como concorrer, em nível nacional, por uma legenda
“morta-viva”, uma espécie de zumbi eleitoral (Putz! Como me dói dizer isso)?
Como concorrer, repito, em nível nacional, sem financiamento de campanha, sem
coligações partidárias amplas, sem palanques regionais, sem… sujar o sapatênis?
O Novo, é bom lembrar, estará sem tempo de TV, inclusive participação em debates,
por causa da Cláusula de Barreira. Como manter Zema no partido, ou melhor, como
Zema se manter nele? Essa é uma questão que, cedo ou tarde, ambos terão de
enfrentar e resolver.
Hoje, muitos especulam, até de forma açodada e leviana,
na minha opinião, principalmente porque mal começou o segundo turno, que Zema
deveria se filiar ao PL. Daí, “eu com meu eu”, pergunto, gritando e quase me
socando: PL?!?! De Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto? De Nikolas e Engler? De
Dudu Bananinha e Carluxo? Se uma tragédia dessas ocorresse, ainda que
entendendo o jogo político-eleitoral, eu, este mero palpiteiro que muito mal
vos escreve, acordaria correndo – como naqueles sustos durante o sono, que nos
fazem saltar na cama – do sonho de ver um mineiro limpo, competente e representante
das minhas ideias e ideais presidente do Brasil.
Sim, 2026 está longe, mas uma candidatura nacional começa
a ser construída no dia seguinte da eleição do novo presidente, ou seja, daqui
a menos de 30 dias. O futuro de Zema será definido por ele mesmo, obviamente, e
por aqueles que o cercam, mas parece estar cada vez mais distante do futuro do
partido que hoje lhe abriga e que lhe abriu as portas da política.
Posso estar errado? Opa! Não só posso como torço para
isso. Mas torço, mais ainda, pelo bem do País. Adoraria ver Zema presidente, e
se não pelo Novo, que jamais seja ao lado de Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto,
Ciro Nogueira e outros da espécie. “Do lado de quem, então, Ricardo, se para
todo lado só tem isso aí”?. Bem, aí é com o Chico Bento; não é problema meu. A
parte que me cabe é votar nele, desde que esteja em boa companhia.
Blog do Paixão