Jovem
de 22 anos morreu dois dias depois de ser inocentado da acusação de tráfico de
drogas. O alvará de soltura saiu horas depois de sua morte.
Por g1 Tocantins
Briner de César Bitencourt tinha 23 anos — Foto: Arquivo pessoal
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Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju)
instaurou uma sindicância administrativa para apurar o que aconteceu dentro da
Unidade Penal de Palmas (UPP) que pode ter lavado à morte de Briner de de
César Bitencourt, de 22 anos. O jovem passou mal na unidade por
cerca de 15 dias e morreu na segunda-feira (10), dois dias depois ser
inocentado da acusação de tráfico de drogas.
O secretário
Deusiano Pereira de Amorim determinou que a investigação deve ser concluída em
um prazo de 30 dias, que poderá ser prorrogado, caso necessário. O documento
está no Diário Oficial de sexta-feira (14).
A comissão que
fará a apuração terá livre acesso à unidade e aos setores, bem como a toda
documentação necessária para que sejam identificadas possíveis
responsabilidades sobre a morte de Briner.
Há dias reclamando
de dores no corpo, náuseas e outros sintomas, Briner passou mal na noite de
domingo (9) e foi levado para a UPA Sul, em Palmas. Não resistiu e morreu na
segunda-feira (10).
Na sexta-feira
(14), o Ministério Público Estadual (MPE) e a Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB-TO), seccional Tocantins informaram que acompanham o caso e
também apuram as circunstâncias que levaram à morte do jovem.
Entenda
o caso
Briner foi preso
em outubro de 2021 pela acusação de tráfico de drogas durante uma batida
policial na casa onde alugava um quarto. Todo o tempo em que ficou preso,
tentou provar sua inocência.
Antes de ir para a
prisão injustamente, ele trabalhava como entregador por aplicativo e fazia
vídeos engraçados nas rede sociais sobre rua rotina como como motoboy.
Há pelo menos 15
dias, ele passou a sentir dores pelo corpo e segundo a Secretaria de Estado da
Cidadania e Justiça (Seciju), responsável pelos presídios e detentos do
Tocantins, o quadro de saúde piorou na noite de domingo (9) para segunda-feira
(10). Ele foi levado para uma UPA da capital, mas não resistiu.
A sentença que
determinou a inocência do jovem saiu na sexta-feira (7), mas ele ainda estava
na Unidade Penal de Palmas (UPP) porque ainda não tinha um alvará de soltura. O
documento só saiu na segunda-feira, mas Briner já estava morto.
O Tribunal de
Justiça foi questionado sobre o atraso na liberação do alvará de soltura e por
nota informou que o processo obedeceu ao trâmite normal, 'sem qualquer evento
capaz de macular ou atrasar o andamento do feito'.
Mãe de Briner lamenta morte — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A família nunca
recebeu informações sobre o estado de saúde do do jovem. Segundo a Seciju, isso
ocorreu "devido ao sigilo médico/paciente, os atendimentos realizados
durante à custódia não são informados". A advogada de Briner, Lívia
Machado Vianna, disse que não houve transparência e que nem a mãe do jovem,
Élida Pereira da Cruz Dutra, soube que o filho estava doente.
Briner foi
enterrado na quarta-feira (12). Familiares e amigos fizeram um protesto para
cobrar respostas sobre a morte, já que ele ficou doente dentro do presídio.
Amigos e parentes de jovem fizeram manifestação — Foto: Rafael Ishibashi/TV Anhanguera
Blog do Paixão