Joaquim Afonso Modesto - Coordenador de Vigilância Sanitária de Araripina - Foto de 2010
Lá se vai mais um vaqueiro
Deixando sua lição
Vai de forma prematura
Matando nós de aflição
Faz chorar a vaqueirama
E cada um que lhe ama
Apertando o coração
Moço bom de boa índole
De tom de voz amansada
Colega de toda hora
E Pra qualquer empreitada
Muitos anos de vivência
Só se sabe o que é paciência
Que tinha esse camarada
O nosso adeus doloroso
De quem só fez amizade
De quem traçou um caminho
De muita felicidade
Nos deixa assim prematuro
Mas uma lição pro futuro
Que a vida é simplicidade
Joaquim Afonso e suas irmãs a ex-vereadora Maria Augusta e a vereadora Camila Modesto. Foto: Instagram
O último ato de despedida do “Vaqueiro Joaquim Afonso” foi daquelas emoções que como o coração dele, o nosso quase se dilacera de tanta sobrecarga e tanta tristeza e ao mesmo tempo de tanto amor que foi externado em prol de um cidadão querido pela vaqueirama e querido por todos os familiares e amigos.
Aquela multidão que encheu a casa, o entorno da rua onde ele morava se aglomerava debaixo de um sol fulgurante, mas firme para prestar as últimas homenagens ao vaqueiro que de forma precoce abandonara a sua mais preciosa indumentária e deixara órfã o seu mais amado companheiro/parceiro que foi guiado até o féretro para se despedir do amigo. Sentir no último ato, o cheiro de Joaquim que ainda exalava em seu tato apurado.
As toadas, as declarações, as emoções incontidas da sua mãe Darticlea, das suas irmãs Maria Augusta, Camila e Juliana, dos seus filhos, dos amigos, dos vaqueiros, fizeram daquele momento fúnebres lembranças de um camarada que aqui na terra plantou muita amizade.
Joaquim curtiu a vida da maneira que mais gostava, amava o seu pai Augusto, tinha devoção por sua mãe Darticlea e sempre confessava ser o xodó das “meninas lá de casa”. Adorava os cavalos, os amigos, as vaquejadas (participou do último Circuito de Vaquejada Araripinense) e aqui posso lembrar para não ser injusto, dos companheiros de jornada como Luciano Capitão, Doval, Breno Ramos, Leonardo, Danda Simeão e tantos outros que conheciam bem, o Joaquim Afonso – vaqueiro.
Eu tenho pouco para falar do “Vaqueiro Joaquim”, das inúmeras aventuras que a companheirada vaqueirama sabe enumerar com muita propriedade, mas tenho muito para contar do companheiro de trabalho de décadas, que conviveu comigo, com Geonaldes, Bertinho, Janildo, Zé Prefeito, Couto, Cidinha, Sílvia, Teodória, Paulinho, Benícia e uma “ruma” de companheiros que nunca viu “Quinzim” alterar o tom da voz, ser injusto com alguém, ser mal-educado, deselegante, adjetivos que não faziam parte da personalidade e nem lhe era inerente no trato com qualquer pessoa.
Foi coordenador da Vigilância Sanitária na gestão de Lula Sampaio e fazia como ninguém a ponte entre o cumprimento do dever e o agrado, para não utilizar a força do cargo como arma que prejudicasse ninguém e sempre era flexível para ouvir e tomar decisões coletivas. Fui um desses que ele sempre pedia opinião e acatava as ideias. Eu era subordinado a ele, mas nunca deixava transparecer que obedecer a hierarquia era uma forma de subjugar ninguém. Ele era a generosidade em pessoa.
Por ironia do destino, há quase sete anos, estou assumindo a mesma função que ele exercia e essa peculiaridade parecida de tratar os colegas sem essa frescura de obedecer hierarquia, sem gostar de rótulos e de diminuir as pessoas, nos fez entender que amizade e trabalho dependem dessa sintonia que na essência, tinha o cheiro, o perfume e a obediência de Joaquim de preservar o ambiente, torna-lo mais leve e isso ele sabia fazer com maestria.
O trabalho faz com que fiquemos mais tempo juntos, até mais tempo do que com a família. Joaquim cuidando da Zoonones com Paulinho (companheiro de estrada) que faz parte da Vigilância em Saúde / Ambiental, nós cuidando da Vigilância Sanitária, mas sempre ligadas pelo cordão umbilical, nesses mais de 20 anos que me lembro, nunca houve uma discussão sequer para que desandasse a nossa amizade.
Fiz uma linha do tempo com alguns registros marcantes dessa trajetória, mas não quero aqui, finalizar tudo que fizemos juntos, para que sempre tenhamos um tempo para lembrar do nosso grande amigo e colega Joaquim Afonso fazendo o que gostamos de fazer: escrever histórias- tristes, alegres, esperançosas e nas linhas do pensamento, obedecer as regras que a vida é tudo isso que podemos esperar, seja em atos de tristezas, de felicidades, mas nunca esquecendo quem sempre amamos.
Nosso companheiro de jornada e amigo de longa data, médico veterinário, Joaquim Afonso Modesto Lima, que nos deixou nesta terça-feira (24/01) aos 53 anos, ida precoce por conta de interrupção do fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa, vai deixar o nosso ambiente de trabalho com aquele vácuo enorme.
Fica em paz meu amigo e companheiro "JOAQUIM AFONSO MODESTO"
Fotos de Família
Joaquim Afonso - O servidor público
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