Verde e Branca trouxe uma fábula sobre a morte de Lampião à luz da cultura do cordel e num Nordeste multicolorido.
Por g1 Rio
A Imperatriz Leopoldinense é a grande campeã do carnaval 2023 no Rio de Janeiro. A Verde e Branca de Ramos chegou ao nono título da história apenas um ano depois de regressar ao Grupo Especial — em 2019, foi rebaixada para a Série Ouro, conquistou em 2020 o acesso e reestreou na elite em 2022, quando ficou em 10º lugar.
A vitória, 22 anos depois da última conquista, veio com uma divertida fábula sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Leandro Vieira, que conquistou seu terceiro campeonato no Grupo Especial, retratou a vida e a morte do jagunço, barrado no inferno e no céu, à luz da cultura do cordel e num Nordeste multicolorido.
Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz que levou o Estandarte de Ouro, celebra as notas da escola na apuração — Foto: Alexandre Durão/g1
Desfile das campeãs
No próximo sábado (25), a Imperatriz vai encerrar o desfile das campeãs. Segundo a Liesa, há ingressos à venda no Setor 11 da Sapucaí, somente em dinheiro.
6º lugar: Acadêmicos do Grande Rio
5º lugar: Estação Primeira de Mangueira
4º lugar: Beija-Flor de Nilópolis
3º lugar: Unidos de Vila Isabel
Vice-campeã: Unidos do Viradouro
Campeã: Imperatriz Leopoldinense
O Império Serrano terminou em 12º lugar e foi rebaixado para a Série Ouro.
Classificação final
- Imperatriz: 269,8
- Viradouro: 269,7
- Vila Isabel: 269,3
- Beija-Flor: 269,2
- Mangueira: 269,1
- Grande Rio: 268,6
- Salgueiro: 268,5
- Tuiuti: 268,3
- Tijuca: 268,2
- Portela: 267,7
- Mocidade: 266,6
- Império Serrano: 265,6
Veja como foi o desfile de Ramos
O desfile da Imperatriz contou com 3 mil componentes divididos em 24 alas, com cinco carros e dois tripés.
O cordel deu as caras logo na comissão de frente.
No abre-alas, Lampião aparecia em seu cavalo sobre uma reprodução colorida do Sertão, com bois, cactos e grandes crânios bovinos. Como destaque, Matheus Nachtergaele e Regina Casé como Lampião e Maria Bonita.
Nas primeiras alas, a escola costurou a vida de Lampião e seu bando com cultura popular nordestina da época, com beatos, repentistas, cordelistas, carpideiras e mamulengueiros.
As desventuras do cangaceiro, pelo menos em vida, já terminaram no segundo carro. Não menos colorida que a primeira, a alegoria mostrava a morte do bando pela polícia.
Desse momento em diante, a Imperatriz assumiu um tom vermelho pra narrar a jornada de Lampião ao inferno.
Lá, o próprio Cramulhão pede que seus demônios impeçam a entrada do cangaceiro.
A partir do terceiro carro, a escola adota o azul como cor majoritária na subida aos céus. Apesar de um lugar de paz, os santos começam uma grande batalha para expulsá-lo de lá, como foi contado no quarto carro.
Na última alegoria, que celebrava a herança cultural de Lampião, o destaque era Expedita Ferreira da Silva, filha do casal celebrado no desfile.
Imperatriz é a quarta escola a desfilar na 2ª noite de desfiles; FOTOS
Escola mergulha nas histórias delirantes da literatura de cordel e apresenta o conto sobre a chegada de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, ao céu e ao inferno.
Todos os títulos da Imperatriz
- O quê que a Bahia tem? (1980)
- O teu cabelo não nega (1981)
- Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós! (1989)
- Catarina de Médicis na Corte dos Tupinambôs e Tabajeres (1994)
- Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube… lá no Ceará! (1995)
- Brasil, mostra a sua cara em… Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae (1999)
- Quem descobriu o Brasil, foi seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval (2000)
- Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco… quero vê descê o suco na pancada do ganzá (2001)
- O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida (2023)
Blog do Paixão