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Lado a lado, Lula e Tarcísio falam em união e trabalho compartilhado para recuperar litoral paulista; veja frases

Presidente e o governador se reuniram em São Sebastião, cidade mais atingida pelas fortes chuvas do domingo (19).

Por g1 — Brasília


Lula e Tarcísio deram um abraço durante entrevista coletiva sobre medidas para recuperação do litoral norte de São Paulo — Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniram nesta segunda-feira (20) em São Sebastião, cidade do litoral norte paulista mais afetada pelas fortes chuvas do domingo (19). Depois, lado a lado, os dois falaram em união, trabalho compartilhado e superação de divergências para recuperar as cidades afetadas.

Tarcísio foi ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro, rival do presidente Lula nas eleições de 2022. Quando Tarcísio ganhou a eleição para o governo estadual, o candidato apoiado por Lula era o petista Fernando Haddad.


Rua alagada pelas fortes chuvas no município de São Sebastião, litoral norte do estado de São Paulo, em 19 de fevereiro de 2023 - Sao Sebastiao City Hall/AFP

Após os ataques golpistas em 8 de janeiro, Lula e Tarcísio já haviam, em uma reunião do presidente com governadores em Brasília, manifestado afinidades em comum ao defender a democracia.

Agora, tiveram também discurso alinhado em prol do litoral norte paulista.

Declarações

Veja as frases dos dois na entrevista coletiva:

· Logo no começo do seu discurso, Lula afirmou que o trabalho pela população está acima de divergência políticas:

"O bem comum do povo é muito mais importante do que qualquer divergência que a gente possa ter. Por isso, meus parabéns ao governador de São Paulo,Tarcísio, ao prefeito [de São Sebastião, Felipe Augusto, do PSDB]".

· Tarcísio agradeceu a presença de Lula e afirmou que a visita do presidente e de ministros trazia "amparo" à comunidade.

"Eu queria agradecer a presença no estado de São Paulo, em especial no litoral norte, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com toda a sua comitiva de ministros. Isso nos dá amparo, nos dá conforto, num momento em que a gente precisa trabalhar num regime de cooperação. Governo federal, governo estadual e município juntos".

· O presidente afirmou que aquele momento de união renderia uma boa foto para servir de exemplo ao país.

"Eu acho que essa parceria que estamos fazendo aqui é uma fotografia boa pro nosso país. Eu sei de que partido é o prefeito, de que partido é o Tarcísio. Você sabe com que partido disputou as eleições. E veja que coisa bonita e simples. Nós estamos juntos. Acabou a eleição. Ele [Tarcísio] tem a obrigação de governar o estado de São Paulo, o prefeito tem a obrigação de governar a cidade e eu tenho a responsabilidade de governar o país", afirmou Lula.

· Por fim, Tarcísio agradeceu o apoio que o estado vem recebendo do governo federal e mencionou o trabalho conjunto.

"Acredito muito na cooperação. Acredito que governo federal, governo do estado e prefeituras, trabalhando em conjunto, vamos conseguir fazer a diferença. O presidente já deu orientações para os seus ministros para atuar em cooperação, com esforço do estado, dos municípios, para que a gente possa trabalhar na reconstrução", disse Tarcísio.

Chuva que caiu em 24 horas no Litoral Norte foi o maior registro da história do Brasil

Volume de chuva em Bertioga (SP) é o maior registro do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Por Victor Farias, g1


Em Bertioga, alagamento causado por temporal atingiu ruas, calçadas e residências — Foto: Divulgação

As chuvas que caíram em entre sexta-feira (18) e sábado (19) no Litoral Norte de São Paulo foram as maiores registradas em 24 horas na história do país, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O Cemaden instalou a maior parte dos pluviômetros, mecanismo que verifica a quantidade de chuva, da rede de observação do país em 2013.

O volume que caiu em Bertioga, 683 milímetros acumulados no período, é o maior registro do sistema até o momento. Na tragédia de Petrópolis, em 2022, foram registrados 534,4 milímetros. Já o recorde do Inmet, de 1991, da cidade de Florianópolis, é de 404,8 mm em 24 horas.


São Sebastião decreta calamidade pública devido às chuvas — Foto: Divulgação/Defesa Civil de São Sebastião


Região Sul de Ilhabela entra em estado de atenção — Foto: Divulgação/Prefeitura de Ilhabela





Fotos: Reprodução

Para cada milímetro de chuva que cai, o volume equivale a um litro despejado por uma área de 1 metro quadrado.

Entre os motivos que ajudam a explicar o alto volume estão a cadeia de montanhas da Serra do Mar e uma frente fria vindo do mar (veja a explicação mais abaixo).

Até às 19h, o volume elevado de chuva na região deixou 40 mortos (39 em São Sebastião e um em Ubatuba). Como consequência, foi decretado estado de calamidade em seis cidades e luto oficial de três dias. Em todo o estado de São Paulo, são 1.730 desalojados e 766 desabrigados. Em Bertioga, foram registrados alagamentos, queda de árvores e barreiras, falta de luz e a rodovia Rio-Santos ficou interditada.

O triste recorde foi citado pelo governo de São Paulo em nota divulgada nesta segunda-feira (20). "São Sebastião foi um dos municípios mais afetados neste feriado prolongado de carnaval, com deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. O número de mortos já supera a tragédia de Franco da Rocha, em 2022, com o deslizamento que matou 18 pessoas. O acumulado de chuva nessa oportunidade foi de 70 milímetros em 24 horas", afirmou.

Meteorologista do Cemaden, Giovani Dolif afirma que a chuva que caiu na região durante o carnaval foi atípica. "Comum não é, até porque a gente não vê esse estrago nem todo dia, nem todo ano. A gente teve em Santos em 2020", afirma, citando a tragédia que deixou 45 mortos.

Naquele ano, em um período de 24h, de acordo com dados do Cemaden, choveu 320 mm em Guarujá, valor muito acima da média de 263 mm prevista para o mês de março.

O também meteorologista e coordenador geral de operações e modelagens do Cemaden, Marcelo Seluchi, ressalta ainda que a maior parte do volume caiu não em 24 horas, mas em 12 horas.

Meteorologista do Inmet, Mamede Luiz Melo afirma que as estações do instituto na região, que são menos presentes que as do Cemaden, registraram precipitações em torno de 200 mm no período. "É certo que, pelo estrago que a gente viu, algum volume maior pode ter ocorrido", pondera.

Maior chuva da história do país?

Seluchi, no entanto, afirma que não é possível dizer que essa chuva foi a maior da história do país, já que não há registros em toda a história do país e há regiões brasileiras que até hoje não tem medição, como áreas da Amazônia.

"É muito difícil dizer que é a maior da história. Temos chuva amazônicas que também não sabemos, não conhecemos, tem muito território que não tem um pluviômetro para registrar", pondera.

Para ilustrar a ponderação, o meteorologista cita uma chuva que foi registrada no Litoral Norte de São Paulo, na cidade de Caraguatatuba, em 1967, e deixou cerca de 450 mortos. "O pluviômetro [da cidade] comportava até 400mm e ele transbordou, não se sabe quanto choveu, mas pela magnitude dos estragos, parece ter sido muito pior que isso que aconteceu no fim de semana", afirma.

Seluchi também diz que há relatos de uma chuva que caiu na década de 1990 no Maranhão e que teria registrado mais de 800mm em 24 horas, mas ele não encontrou registro oficial para comprovar a história.

5 fatores ajudam a explicar a chuva

Imagens de satélite mostram as nuvens "andando" pelo litoral de São Paulo, em um movimento que o meteorologista Giovanni Dolif comparou com "cavalo de pau, marcha à ré e estacionamento". A análise foi feita com base nas imagens de satélite abaixo.

Foram principalmente cinco fatores que causaram esse movimento e o grande volume de água na precipitação:

1. Baixa pressão no litoral de São Paulo

2. Frente fria vindo pelo mar

3. Ventos quentes vindos do Nordeste

4. Nuvens com muita água

5. Cadeia de montanhas da Serra do Mar

Esses cinco fatores juntos se “encontraram” em cima do Litoral Norte de SP, como se cercassem as nuvens e as fizessem ficar concentradas em uma só área durante um longo período. Parecido com uma grande esponja de água sendo espremida por todos os lados.


Infográfico mostra fatores que contribuíram para concentração de chuva no Litoral Norte de São Paulo no dia 19 de fevereiro de 2023 — Foto: Arte/g1

Vídeos da Tragédia no Litoral Paulista

 

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